Redação Planeta Amazônia
As inscrições para o edital Projetos de Pesquisa em Economia Sustentável na Amazônia, lançado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), se encerram em 27/06. A seleção é para propostas que contribuam diretamente para o aprimoramento de políticas públicas e privadas focadas na implementação de novos modelos econômicos sustentáveis, que protejam ou restaurem as florestas na Região Amazônica. O valor total é de R$ 10 milhões, e até 15 projetos receberão, cada um, entre R$ 300 mil a R$ 2,5 milhões.
Bioeconomia e desenvolvimento socioeconômico; mudanças climáticas; segurança pública; desenvolvimento rural sustentável; planejamento e ordenamento territorial; e questões transversais estão entre os temas principais do edital.Podem participar da seleção órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta, como instituição pública de pesquisa ou universidade pública, ou universidade privada sem fins lucrativos, da Amazônia Legal, que incluam em sua missão institucional ou em seu objetivo social ou estatutário pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico ou o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou processos. Para obter mais informações e se inscrever, clique aqui.
“Este edital pretende contribuir para o fortalecimento da capacidade da comunidade científica amazônica de realizar análises econômicas e produzir novos modelos de desenvolvimento para a Amazônia, ampliando sua participação em frentes diversas de ações e iniciativas de combate à crise climática”, informou a diretora executiva do iCS, Maria Netto. “Dados e informações de qualidade baseados em análise econômica e ciência, além do entendimento e da visão de pesquisadores que conhecem profundamente a realidade da região – e suas oportunidades – são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento econômico da Amazônia e de suas populações, sempre com a meta de garantir a floresta em pé e sua restauração”, completou.
“A conservação e a restauração na Amazônia precisam estar alinhadas com as necessidades das pessoas da região e com as economias da região”, disse Leon Clarke, diretor de Caminhos para Descarbonização do Bezos Earth Fund. “Boas informações são fundamentais para boas decisões, e a melhor compreensão do que realmente pode funcionar para as florestas, cidades e comunidades da Amazônia vem das pessoas que vivem lá”.
As pesquisas a serem financiadas pelo edital deverão fornecer insumos e conhecimento aplicáveis para apoiar o desenvolvimento de uma economia sustentável na Amazônia. As propostas precisam ter como escopo geográfico a Amazônia Legal e, excepcionalmente, podem incluir parte da pesquisa em outros países amazônicos. No entanto, a organização proponente deverá ser uma instituição brasileira localizada na Amazônia Legal.
Projeto Rede de Pesquisa para uma Economia Sustentável da Amazônia (RESA)
Entre os pontos a serem avaliados na seleção estão relevância para a promoção de economias compatíveis com a conservação florestal da Amazônia; potencial de influência em políticas públicas; eficácia na aplicação prática dos resultados na tomada de decisão pública e/ou privada. A avaliação também irá considerar o apoio ao desenvolvimento de pesquisadores em início de carreira.
O edital faz parte do projeto Rede de Pesquisa para uma Economia Sustentável da Amazônia (RESA), desenvolvido atualmente pelo iCS, com financiamento do Bezos Earth Fund. A iniciativa tem como objetivo apoiar a comunidade científica amazônica, a partir do fomento de pesquisa aplicada liderada por pesquisadores e especialistas em economia que vivem e atuam na Amazônia Legal. Desta forma, a RESA contribui para a criação e implementação de novos modelos econômicos sustentáveis, com soluções específicas para a região, e para a consolidação desta comunidade científica amazônica forte, influente e duradoura.
Principais temas de pesquisa:
Bioeconomia e desenvolvimento socioeconômico
Sociobioeconomia, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, financiamento da bioeconomia, economias da sociobiodiversidade, extrativismo, sistemas agroflorestais e transição agroecológica, ciência, tecnologia e inovação, restauração ecológica, pagamento por serviços ambientais, fortalecimento de capacidades institucionais locais, acesso à mercados, repartição de benefícios, entre outros.
Planejamento e ordenamento territorial
Áreas protegidas e Unidades de Conservação, territórios coletivos e tradicionais (terras indígenas, quilombolas e assentamentos de reforma agrária), terras públicas não destinadas, regularização fundiária e ambiental, cidades amazônicas, interação rural/urbano/floresta, áreas de transição, infraestrutura, políticas de desenvolvimento sustentável, entre outros.
Segurança pública
Impactos da economia ilegal e informal na Amazônia, conflitos por terra e recursos naturais, criminalidade (desmatamento, grilagem, garimpo, tráfico etc.), políticas de segurança e políticas de desenvolvimento sustentável, comando e controle, entre outros.
Mudanças climáticas
Impactos das mudanças do clima no bem viver dos povos da Amazônia, efeitos na economia e nos meios de vida da região, medidas de adaptação às mudanças climáticas, impactos nas cidades, nas cadeias econômicas da sociobiodiversidade, no trabalho e na renda, logística, entre outros relacionados.
Desenvolvimento Rural Sustentável
Agricultura familiar, financiamento rural, cooperativismo e associativismo, gestão de recursos comuns, agropecuária regenerativa e de baixo carbono, recuperação de áreas degradadas, rastreabilidade e transparência em cadeias de produção que impactam as economias da Amazônia, acesso a mercado, assistência técnica e extensão rural, legislação ambiental, entre outros.
Questões transversais
Temas transversais diversos e a sua relação com a promoção de uma economia sustentável na Amazônia, como infraestrutura, transporte e logística, recursos naturais, mineração e energia, formas inovadoras de investimentos em Soluções baseadas na Natureza, abordagens baseadas em experiências dos territórios, direitos de povos originários e comunidades tradicionais, relações comerciais éticas, comunicação indígena em defesa dos territórios, gênero, juventude, entre outros relacionados.