Da periferia de Manaus, Vitória Pinheiro representa as demandas de crianças e jovens da América Latina (Foto: Acervo pessoal)
A única nomeação brasileira ao Ponto Focal da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2022 é a da ativista e pesquisadora amazonense Vitória Pinheiro, de 25 anos. Negra, periférica e travesti, Vitória representa as crianças e jovens da América Latina e Caribe e tem como missão participar de grupos e mobilizações na Constituinte de Crianças e Juventudes em Comunidades Sustentáveis, um mecanismo formal da ONU que atua na implementação de medidas de avanço dos objetivos da Agenda de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e da Nova Agenda Urbana na região Norte do Brasil.
A ativista, que foi uma das representantes do Brasil na Conferência do Clima das Nações Unidas – COP-26 realizada em Glasgow, Escócia, em 2021, tem como função, enquanto Ponto Focal, coordenar a atuação de grupos e coletivos que trabalham com iniciativas que promovem atividades para crianças e jovens. O trabalho dela tem o objetivo de inserir essa população em espaços de decisões políticas importantes, que podem impactar as comunidades.
“Meu papel é ser o ponto de contato entre esses mecanismos formais, espaços dentro das Nações Unidas como a UNEP (United Nations Environment Programme, programa voltado à promoção do meio ambiente e desenvolvimento sustentável) e a ONU Mulheres e iniciativas que trabalham com as juventudes”, explica. “Esse papel de tentar engajar crianças e juventudes é como condensar as visões que esse grupo tem desenvolvido e trabalhado, as ações que estão executando nas nossas cidades e que podem chegar a esses espaços de decisão importantes. Nós fazemos isso através de consultas, produzindo relatórios que possam impactar no processo de tomada de decisão e levar essas demandas de políticas públicas a nível mundial”.
Por Amazônia Real