Juventudes amazônidas entregam manifesto ao governador Helder Barbalho durante COP 28, em Dubai

Redação Planeta Amazônia

A Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável (COJOVEM), ONG sediada em Belém, participa da COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e apresentou uma carta manifesto com propostas ao governador do Pará, Helder Barbalho, na última quarta-feira (6). Leia aqui o documento.

Em meio às discussões globais sobre a redução de gases do efeito estufa, justiça socioambiental e conservação da Amazônia, a Cojovem reivindica políticas públicas sobre clima para as juventudes, com a participação efetiva de jovens também na elaboração das políticas e na implementação de planos e programas de governo.

A carta manifesto foi lida ao governador e apresentada, no espaço do Consórcio Amazônia Legal, ao lado da juventude do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu) e Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa).

Para as juventudes das organizações que elaboraram a carta manifesto, é fundamental que o governador Helder Barbalho construa políticas públicas sobre clima e meio ambiente para e com as juventudes/foto: Ana Pessoa_Mídia NINJA

As organizações reivindicam: inclusão das Juventudes amazônidas nas políticas públicas socioambientais do Pará forma transversal; aumento de propostas e orçamentos para Juventudes em Políticas, Projetos, Programas, Planos e Estratégias Climáticas do Estado do Pará, em especial dentro do Plano Estadual Amazônia Agora; realização de uma COP de crianças e juventudes, em Belém; inserção da Câmara Técnica de Juventudes na construção da COP30 em uma instância deliberativa; uma cadeira para a Câmara Técnica de Juventudes dentro do Comitê Executivo do Fórum Paraense de Mudanças e Adaptações Climáticas (FPMAC).

“Os jovens são os que mais vão sofrer as consequências dos desastres causados pela crise climática, é por isso também que a gente cobra que invistam na gente.  A COP é o ambiente onde conseguimos encontrar tomadores de decisão e promover diálogos. A sociedade civil está mobilizada para conectar o local e global, e nós estamos fazendo isso, pois existem metas a serem cumpridas no Acordo de Paris”, comenta Karla Braga, diretora de projetos, inovação e sustentabilidade da COJOVEM.

O governador Helder Barbalho se comprometeu a cumprir as demandas da carta manifesto. “Me comprometo a voltar a Belém e criarmos uma cultura de mais convivência nesse processo de preparação para a COP 30. E não será só da juventude, mas dos povos indígenas, dos movimentos sociais. Acho que é muito importante que vocês participem, até porque isso é um processo cada vez mais de participação social e de contribuição”, reforçou. Com esse diálogo, o governador propôs uma COP da Juventude e dos Movimentos Sociais para 2024.

O governador Helder Barbalho se comprometeu a cumprir as demandas da carta manifesto/foto: Ana Pessoa_Mídia NINJA

“Uma pré-COP seria um mecanismo de subsidiar a agenda de 2025. Porque se vocês forem apenas participar, sem um documento previamente elaborado, será uma participação como outras. Queremos vocês nos conteúdos decisórios, não apenas nas fotografias”, enfatizou Helder, sugerindo inclusive a realização de um evento, mesmo que em nível estadual.

Para as organizações, a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas do Pará (PEMC/PA), instituída por meio da Lei nº 9.048, de 29 de abril de 2020, sinaliza um grande avanço ao assegurar a participação de todos os interessados na temática para a tomada de decisões acerca da proteção do meio ambiente. E com isso, as organizações reconhecem também que é preciso estabelecer diálogos permanentes com diversos setores do governo estadual.

Juventude no Pará

No Pará habitam 2,1 milhões de pessoas com idades entre 15 e 29 anos, que representam 25,87% da população paraense (Censo 2022, IBGE). Para as juventudes das organizações que elaboraram a carta manifesto, é fundamental que o governador Helder Barbalho construa políticas públicas sobre clima e meio ambiente para e com as juventudes. “Não há desenvolvimento sustentável na Amazônia sem as juventudes urbanas e rurais, ribeirinhas, indígenas, negras, extrativistas. E o Pará possui um papel fundamental na construção desse legado”, afirma o documento.

A região da Amazônia Legal Brasileira, na qual o estado do Pará está inserido, localiza-se no centro do debate nacional e internacional sobre mudança devido às altas emissões de gases do efeito estufa provocadas pelo desmatamento e a mudança do uso da terra. “Somos jovens paraenses capazes de manter a floresta viva para oportunidades sociais, econômicas e de bem viver às  juventudes, o que será fundamental para a construção de territórios carbono neutro, e posicionando o Pará cada vez mais  na liderança da agenda socioambiental no Brasil e no mundo.”, diz o documento.

Educação ambiental

Em junho, o governo do Pará anunciou o componente curricular sobre educação ambiental como obrigatório na rede pública de ensino estadual. A iniciativa faz parte da “Política Pública de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima”, idealizada pela Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc). A pauta foi intensamente mobilizada pela Cojovem e consta na “Agenda de Políticas Públicas, Projetos e Programas para juventudes do Pará: A construção que queremos”, construída por 35 organizações de juventudes, a partir de pesquisa, análise de políticas públicas, entrevistas com movimentos sociais, de forma colaborativa.

Sobre a COJOVEM

O Instituto COJOVEM é uma organização da sociedade civil que atua na Amazônia Legal com pesquisa, mobilização, educação e sociobioeconomia,  para fortalecer os direitos das juventudes amazônidas frente ao cenário de mudanças climáticas.

By emprezaz

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