Garimpeiros ilegais que atuam na floresta amazônica têm utilizado cerca de 1.269 pistas de pouso irregulares para impulsionar a atividade na região. Os dados foram obtidos por meio de imagens de satélites, analisados desde 2016.
De acordo com a publicação do The Intercept Brasil, as pistas, construídas pelos próprios mineiros, são utilizadas para que aviões de pequeno porte transportem equipamentos e outros materiais que auxilie na atividade extrativista em áreas de difícil acesso, onde não há estradas. Até mesmo propriedades do governo brasileiro estão sendo apropriadas por garimpeiros.
A reportagem traz ainda uma informação preocupante de que, ao menos 362 das pistas estão a poucos quilômetros de áreas onde há extração de minério. Deste total, em torno de 60% das pistas estão situadas em reservas indígenas, áreas que não podem ser exploradas.
Terras Yanomami
Ao longo da reportagem, as imagens de satélites registram pelo menos quatro pistas nas terras indígenas dos Yanomami, no Amazonas e em Roraima.
As regiões com maior degradação causada pelo garimpo são, respectivamente, Waikás, Homoxi e Kayanau. Com exceção das regiões Surucucu, Missão Catrimani e Uraricoera, todas as áreas tiveram um crescimento na degradação de 2020 até o fim de 2021.
Ainda de acordo com a publicação, foram identificadas 35 pistas não catalogadas a cerca de 80 quilômetros de três bases de monitoramento do Exército Brasileiro na terra dos Yanomami.
Reportagem: The Intercept Brasil