Semelhante ao ano passado, quando o país registrou a pior taxa de desmate em 15, em julho de 2022, dados coletados pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam que foi derrubada uma área de 1.476 km² de florestas, sendo o mês com mais alertas de desmatamento.
De agosto de 2021 a julho de 2022, a Amazônia soma 8.581 km² de devastação. Nos últimos cinco anos, o Deter tem conseguido capturar em média dois terços do desmatamento mapeado pelo Prodes, que é menos vulnerável à presença de nuvens na captação de imagens.
Se essa taxa de variação se mantiver, o desmate na Amazônia terá sido cerca de 12.500 km² em um ano, ou algo entre 10.000 km² e 14.000 km². Os compilados pelo Prodes serão apresentados em novembro, mas independente dos resultados os números não ajudam nos compromissos assumidos pelo Brasil internacionalmente sobre emissão de CO2.
Por exemplo, hoje o Brasil está fora da trajetória para cumprir a meta de zerar o desmate até 2030 e fora da trajetória de reduzir as emissões de gases-estufa em 37%, entre 2005 e 2025, compromisso assumido no Acordo de Paris.
O Ministério do Meio Ambiente não emitiu nenhum comentário sobre os números novos do Deter até as 8h30 desta sexta-feira (05), conforme divulgado pela Agência O Globo.
O Inpe publicou os dados, mas não emitiu nenhuma análise qualitativa. Até as eleições de outubro o instituto está em período de “silêncio eleitoral”, previsto em lei, durante o qual entes públicos não devem propagar comunicados que tenham efeito sobre a imagem do órgão ou do governo.