Redação Planeta Amazônia
Em um dos momentos mais simbólicos da participação brasileira na COP-30, o Governo do Maranhão anunciou duas iniciativas inéditas na Green Zone: a criação do Programa de Agentes Ambientais Comunitários e a implantação da Primeira Universidade em Território Indígena. As ações reforçam o compromisso do estado com um modelo de desenvolvimento ambientalmente responsável e socialmente inclusivo.
Coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema), o programa vai beneficiar cinco mil moradores de comunidades tradicionais, povos indígenas e quilombolas. Cada participante receberá uma bolsa mensal de R$ 300 e passará por capacitações técnicas voltadas à preservação dos biomas, recuperação de nascentes, reflorestamento e combate às queimadas.
O secretário de Meio Ambiente, Pedro Chagas, destacou que a iniciativa representa um novo capítulo na política ambiental maranhense. “Queremos levar a agenda ambiental para dentro dos territórios, fortalecendo a presença do Estado e reconhecendo o papel das comunidades na proteção dos biomas. Esses agentes serão protagonistas de uma política ambiental participativa, com resultados concretos e permanentes”, afirmou.
Universidade em território indígena
O governador Carlos Brandão ressaltou que as duas iniciativas nasceram do diálogo direto com as comunidades e refletem a forma de governar do estado. “Esse sonho nasceu de uma conversa com a Fabiana e o Cacique Silvio, que apresentaram o projeto da Universidade em Território Indígena. Nosso governo tem o critério de ouvir as pessoas — é assim que a gente governa e constrói políticas que fazem sentido na vida real. O programa de agentes garante renda a quem vive na floresta para preservar o meio ambiente e sustentar sua família. É transformar proteção ambiental em dignidade e oportunidade”, afirmou.

Idealizada por lideranças do povo Guajajara, a universidade será implantada no território Arariboia, com base na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante consulta livre, prévia e informada às comunidades. A líder indígena Fabiana Guajajara explicou que o projeto nasce “do coração do território Arariboia” e tem como missão transformar o conhecimento ancestral em formação técnica, científica e cultural.
“Há mais de 20 anos nossos guardiões e viveiristas atuam voluntariamente na proteção e no reflorestamento. A universidade vem para potencializar esse trabalho, dando visibilidade à nossa diversidade e fortalecendo a autossustentabilidade dos povos indígenas”, destacou Fabiana.
Investimentos e integração de políticas públicas
O governador lembrou que o Maranhão está investindo R$ 18 milhões na implantação dos Agentes Ambientais Comunitários e vem integrando políticas de meio ambiente, direitos humanos e educação. Entre as ações já em andamento estão o programa Floresta Viva, que recupera áreas degradadas com o plantio de juçara (açaí) em parceria com 16 multinacionais, e o Maranhão Sem Queimadas, apoiado pelo Fundo Amazônia.
“Mesmo com poucos recursos, o Maranhão tem mostrado resultados concretos. Estamos reconstruindo florestas, formando agentes e valorizando o conhecimento tradicional. Isso é governar com propósito e amor pelo território”, afirmou Brandão.
Com a criação do Programa de Agentes Ambientais Comunitários e o anúncio da Primeira Universidade em Território Indígena, o Maranhão consolida, na COP-30, sua posição como referência latino-americana em políticas ambientais inclusivas, conectando tradição, ciência e justiça climática como bases para um futuro sustentável.

