Redação Planeta Amazônia
O atraso do início do período das chuvas tem provocado expectativas em todos os agentes econômicos, especialmente, nos produtores rurais e entre eles, os produtores de café que têm motivos de sobra para se preocupar com a estiagem severa que o estado de Rondônia está enfrentando. No entanto, a alternativa pode vir da tecnologia disponível e orientada pelo governo de Rondônia. A Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia ( Emater-RO), acompanha a crise hídrica e vem orientando os cafeicultores com técnicas e soluções capazes de reverter em benefícios o quadro de dificuldades com a seca extrema.
Em tempos de normalidade climática, no mês de agosto, os cafezais explodem em uma profusão de flores e aromas que encantam pela beleza e enchem os produtores de esperança para a nova safra. Neste ano, no entanto, ficou frustrada esta expectativa, com o agosto mais seco que se tem notícia no estado. Somente na segunda semana de setembro é que se teve chuva, ainda assim, foram pancadas ocasionais e localizadas em parte de alguns municípios, revela o levantamento da rede de pluviômetros monitorada pela Emater-RO; chuva forte mesmo somente no distrito de Izidolândia, no município de Alta Floresta d’Oeste, onde a precipitação foi de 32,5 milímetros.
A boa nova é que o preço do café continua em alta e com boa perspectiva de continuar assim, é o que se observa nas ofertas de preços no mercado futuro, nas principais bolsas do mundo. Preços do arábica flutuando em torno de 300 dólares americanos, por saca de 60 quilos, para entrega no período entre março e setembro de 2025, segundo os dados da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
O engenheiro agrônomo, Alexandre Venturoso, extensionista da Emater-RO na região da Zona da Mata, Rolim de Moura e municípios do entorno, evidenciou que, os produtores da região estão entusiasmados especialmente com os preços que o café Robusta vem alcançando, em torno de R$ 1.500 a saca, o que tem motivado os produtores a investirem em tecnologia de fertilização e irrigação das lavouras.
Irrigação consciente
Um observador menos atento pode questionar a determinação dos produtores em irrigar as lavouras, considerando a crise hídrica, no entanto, a decisão de irrigar, via de regra, é uma escolha técnica orientada por especialistas da Emater-RO, que sinalizam os investimentos com base na oferta de água armazenada em reservatórios preexistentes, e desaconselhando a captação a fio d’água (captação diretamente no curso natural do manancial), explica Antônio Dias, engenheiro agrônomo doutor em irrigação e supervisor regional da Emater-RO na região Central do estado.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha enfatizou que, o governo do estado tem impulsionado o setor através dos vários programas de incentivo à produção como o Plante Mais, que forneceu muda de clones de café mais produtivos e o Mais Calcário, gratuitamente ao transporte de calcário, entre a usina e propriedade, criaram melhores condições para a produção, reforçando as medidas que estão sendo orientadas pela Emater-RO, para minimizar o impacto da crise hídrica.
De acordo com o presidente da Emater-RO, Luciano Brandão, a realização dos concursos de produtividade e qualidade do café robusta promoveu uma visibilidade ao café de Rondônia, contribuindo fortemente à melhoria dos preços, e práticas de mercado mais justas, como a classificação do produto por tipo e bebida, evitando-se práticas draconianas como a venda sem classificação física ou sensorial.