Redação Planeta Amazônia
A quinta-feira (4) foi marcada pela mobilização de povos do campo, das águas e da floresta em Brasília para celebrar o Dia da Amazônia com um ato simbólico e político que homenageou o legado de Chico Mendes — ícone da luta pela preservação da floresta e dos direitos dos povos tradicionais.
Com faixas e palavras de ordem como “Território protegido, Brasil soberano” e “Amazônia livre de petróleo e gás”, os manifestantes reforçaram a “Declaração do Mutirão dos Povos da Amazônia para a COP 30: A resposta somos nós”, documento construído coletivamente em Belém, durante o encontro realizado em julho. A carta foi entregue à presidência da COP 30 e exige mais ambição climática e coragem política diante da crise ambiental global.



Entre as principais demandas estão o reconhecimento dos territórios tradicionais, o fim da exploração predatória, a proteção da Amazônia como bem comum da humanidade e o combate à violência contra os povos que mantêm a floresta em pé. “Sem reforma agrária, demarcação, titulação e desintrusão imediata, não haverá floresta — nem planeta para as próximas gerações”, afirma o texto.
Os movimentos também rejeitam a mercantilização da floresta e denunciam o avanço da exploração de petróleo na região amazônica. A mobilização integra a campanha global “A Resposta Somos Nós”, liderada por povos indígenas, que reivindica o reconhecimento de seus saberes como fundamentais no enfrentamento às mudanças climáticas.
Vozes da resistência
“Somos os povos que, por gerações, temos mantido o equilíbrio natural da Amazônia e do planeta. Não aceitaremos que ela se torne a nova fronteira dos combustíveis fósseis.” — Alana Manchineri, COIAB
“Defender a Amazônia é defender o Brasil. Soberania começa com respeito aos territórios e aos povos.” — Iury Paulino, MAB
“A Amazônia é o coração da soberania brasileira — e quem a protege são os povos que nela vivem e resistem.” — Dione Torquato, CNS