Redação Planeta Amazônia
Nesta sexta-feira (4), o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas (Monaf), uma das mais importantes Unidades de Conservação de Proteção Integral do Tocantins, celebra 24 anos desde sua criação pela Lei nº 1.179 de 2000. Sob gestão do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), o Monaf está localizado no distrito de Bielândia, em Filadélfia, a cerca de 438 km de Palmas, e ocupa uma área de mais de 32 mil hectares de cerrado e preserva um dos maiores e mais valiosos sítios paleontológicos do mundo.
O Monaf foi criado para proteger um dos maiores acervos de fósseis vegetais do período Permiano da Era Paleozóica (entre 252 a 298 milhões de anos). Nesta localidade, há ocorrências principalmente de pteridófitas e gimnospermas, e ainda também podem haver coníferas e cicadácias, elementos-chave para o estudo da evolução do planeta. Esses fósseis, conhecidos localmente como “Pedras de Pau”, oferecem uma visão detalhada sobre a flora pré-histórica que existia na região, onde uma vasta floresta cobria o que hoje é o Tocantins.
O processo de criação da UC foi uma resposta à exploração irregular dos fósseis, que pertencem ao patrimônio da União. A preservação dessas relíquias naturais se deu graças ao esforço da Sociedade Brasileira de Paleontologia, que denunciou a extração ilegal de fósseis, o que levou à intervenção do Governo do Tocantins.
Para o supervisor da UC, o inspetor de Recursos Naturais do Instituto, Hermísio Alecrim Aires, o Monaf hoje representa não apenas uma área de proteção ambiental, mas também um espaço de grande relevância científica e cultural. “Além da importância paleontológica, o Monaf também protege a rica biodiversidade do cerrado. A fauna local inclui 195 espécies de mamíferos, como tamanduás e veados, além de uma impressionante avifauna com mais de 800 espécies, muitas delas endêmicas. A flora da região, formada por espécies típicas do cerrado, matas de galeria e áreas de transição, também guarda grande potencial medicinal, alimentício e turístico”, detalhou o supervisor.
No entanto, a preservação enfrenta desafios. A caça predatória, incêndios e o desmatamento continuam a ameaçar o equilíbrio da região. Para combater esses problemas, a educação ambiental tem sido um pilar das ações desenvolvidas no Monaf, com atividades de conscientização nas escolas rurais e em comunidades próximas, focando na redução de incêndios e na proteção dos recursos hídricos.
O Monaf, além de um importante patrimônio científico, tem se consolidado como um atrativo turístico, principalmente pelas suas trilhas ecológicas e a oportunidade de conhecer as formações fósseis. Visitantes podem explorar sítios paleontológicos como as fazendas Buritirana, Andradina e Peba, além de atrativos naturais como a Cachoeira do Genipapo, em Babaçulândia.
A celebração dos 24 anos do Monaf reforça a importância da conservação ambiental e científica para o futuro, e ainda destaca o papel fundamental da região no estudo da história da Terra e na preservação da biodiversidade local.