Mudanças climáticas afetam a saúde física e mental da população e levam instituições de saúde a buscar apoio na inteligência climática

Redação Planeta Amazônia

A conexão da saúde física e mental da população com os efeitos das mudanças climáticas torna-se cada dia mais estreita. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) e estudos recentes publicados na Nature Climate Change indicam que a cada fração a mais no grau da temperatura, se eleva o risco de doenças respiratórias. Mas os problemas causados à saúde pelo calor e frio excessivos ou pelas chuvas torrenciais e secas severas vão muito além, e já influenciam inclusive a gestão das instituições de saúde, segundo constata a Climatempo – a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina.

A mudança nos padrões de temperatura e de chuva torna, cada vez mais frequentes, ocorrências como a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, o encarecimento e escassez de alimentos, e a exposição do corpo humano a condições extremas para as quais não está preparado.

Apenas em termos de doenças respiratórias, no período de 2022 a 2024, os casos registrados em Salvador (BA) passaram de 4 mil para mais de 5 mil; em Fortaleza (CE), de 5 mil para 6 mil; e no Rio de Janeiro (RJ), de 9 mil para 9,6 mil. Segundo aponta um estudo conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento em Porto Alegre (RS) em 2024, o clima em transformação pode afetar diretamente o comportamento de alguns vírus respiratórios, assim como a imunidade da população e a qualidade do ar que respiramos.

Pedro Regoto, especialista em Clima e Mudanças Climáticas da Climatempo, relata que “o aumento na frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos no Brasil, como ondas de calor, chuvas intensas e secas severas, está intrinsecamente ligado às mudanças climáticas globais”. Além dos impactos físicos, há efeitos sobre a saúde mental. Segundo a OMS, fenômenos extremos como enchentes e queimadas provocam transtornos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático.

O relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial) destaca que o Brasil enfrentou um elevado número de eventos extremos, sendo considerados incomuns e sem precedentes, evidenciando a urgência de ações mitigadoras e adaptativas. “Esse cenário não é algo restrito ao presente — os modelos climáticos continuam projetando esse agravamento para as próximas décadas”, afirma Regoto.

É um cenário que afeta não apenas a saúde da população, mas também a operação dos hospitais, e que vem colocando em evidência, cada vez mais, o uso da Inteligência Climática com o objetivo de minimizar riscos relacionados às variações climáticas

“Estamos utilizando a Inteligência Climática para ajudar hospitais, clínicas e centros de saúde a otimizarem o atendimento e a gestão de espaços e equipes, o que inclui desde ajustar ambientes para enfrentar surtos de doenças provocados pelas próprias variações intensas do clima, até garantir uma gestão operacional eficiente em diversas áreas como facilites, gestão energética e suprimentos”, conta Thiago Aires, Head de Infraestrutura da Climatempo.

Com base em previsões precisas de clima e dos possíveis impactos climáticos, as instituições de saúde ficam mais preparadas para enfrentar a ocorrência de um grande volume de atendimentos. “É possível ajustar a operação para picos de demanda, garantindo que haja pessoal suficiente e os recursos necessários, como leitos, equipamentos e suprimentos médicos, para atender os pacientes”, explica Aires. “Antecipar situações de risco, a partir de eventos como ondas de calor ou frio intenso, também permite desenvolver campanhas de prevenção de doenças, como desidratação, insolação e hipotermia, entre outras.”

Em termos da operação, a Inteligência Climática pode apoiar áreas como a gestão de energia – otimizando custos com climatização, aquecimento e iluminação -, a logística e o transporte de materiais e pessoas, visando segurança e qualidade, e a otimização no uso preventivo de geradores em situações de riscos meteorológicos. “A Inteligência Climática não é apenas uma ferramenta preditiva. Passou a ser um diferencial operacional nas estratégias de eficiência e resiliência das empresas”, conta o especialista da Climatempo.

“São serviços que estão conferindo eficiência operacional, mais segurança e qualidade para pacientes e profissionais e uma gestão estratégica que minimiza custos e riscos relacionados ao clima para as instituições da área de Saúde’, ressalta Aires.

Por outro lado, também é preciso que se tomem ações para se combater as mudanças climáticas. “Para que sejam evitados impactos ainda mais graves na saúde pública, é preciso limitar o aquecimento global a no máximo 1,5°C. O cenário exige ações urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e preparar os sistemas de saúde para enfrentar os desafios que já estão surgindo”, completa Pedro Regoto.

By emprezaz

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