Um grupo especial, formado apenas por mulheres, tem mostrado que atitude vale mais do que palavras. Em Tocantínia (TO), a Brigada Voluntária das Mulheres Xerente se unir para combater incêndios que todos os anos castigam a vegetação do território que vivem e retiram o sustento.
“Todos os anos, frutos e vegetais que consumimos para alimentação vinham sendo perdidos, assim como raízes. Algumas dessas plantas são matéria prima para o artesanato, como a palha do buriti e capim dourado. Os produtos artísticos são fonte de subsistência de muitas famílias. O fogo, cinzas e seca impacta também impactam as nascentes, onde se formam os córregos que abastecem a comunidade e que é também essencial para os animais. Desse modo, a segurança alimentar e a cultura Xerente são impactadas sobremaneira”, disse a brigadista Simone Xerente.
Em maio deste ano as mulheres passaram por nova formação para enfrentar o fogo, mas iniciativa começou em 2021. Dentro das técnicas adquiridas as queimadas prescritas nos meses de abril até final se junho são consideradas importantes e indispensáveis na manutenção e preservação do habitat, perpetuando a biodiversidade local.
O diferencial foi que neste ano de 2022, as voluntárias concorreram a duas vagas remuneradas. A brigadista Simone Xerente foi a contemplada, por conquistar o primeiro lugar na competição. Na seletiva deste ano, de 200 candidatos, 50 eram mulheres. Segundo o presidente da Abix, Pedro Paulo Xerente, essas mulheres estão fazendo história.
Por falar em história, a pioneira no assunto, Vanda Xerente, reforçou a quebra de paradigmas pelas mulheres Xerente. Ela concorreu à brigada masculina em 2015. E se saiu muito bem na resistência. “Ainda mais que eu precisava muito de uma fonte de renda à época. Hoje, estou empregada em um hospital e sou universitária. Estudo Assistência Social. A gente nunca pode parar de enfrentar os desafios”.
E ela celebrou que houve um grupo tão grande de mulheres competindo este ano. “Eu fiquei muito feliz de ver em 2022, tantas mulheres competindo e ainda, com uma bateria só delas. E a gente tem que celebrar a conquista da Simone que competiu de igual para igual. Sempre eu digo, nós mulheres Xerente enfrentamos muitas dificuldades, mas estamos chegando a todas as áreas”. Vanda disse que espera que em breve, o Ibama possa garantir mais espaço para elas, aumentando o número de mulheres selecionadas para receber remuneração.
Com informações de Mídia Ninja