Da redação do Planeta Amazônica
De janeiro a novembro de 2022 a devastação na Amazônia chegou a 10.286 km², o que equivale a 3 mil campos de futebol por dia. É a pior marca para o período em 15 anos. Só no mês passado, em pleno período de chuva na região, foram desmatados 590 km², 23% a mais do que no mesmo mês em 2021.
Organizações criminosas se instalaram na região e montaram uma verdadeira indústria da destruição com a extração ilegal de madeira e garimpos que corroem a floresta. Os bandidos invadem áreas de proteção, entre elas, terras indígenas, financiados por carteis que além gerar danos ambientais exponenciais, matam povos originários, trabalhadores rurais e pessoas que se atrevem a se insurgir contra essas práticas.
A floresta está ameaçada e as cidades amazônicas assim como a maior parte do país, reproduzem a violência. Nas ruas, cadáveres executados na guerra pelo controle do tráfico de drogas. Crianças e jovens encontram no crime uma alternativa suicida para escaparem da miséria. Milhares de pessoas vivem em guetos, favelas e palafitas de forma medieval. Sem moradia digna, sem água tratada e em meio ao esgoto.
Marina Silva não tem como resolver todas esses problemas que perduram por décadas. Mas o desafio de aliar a proteção da floresta a outras políticas públicas de desenvolvimento regional sustentável é uma das suas responsabilidades. E, são bem maiores do que a primeira vez que foi ministra do Meio Ambiente.
De volta ao comando das políticas ambientais no Brasil e sob o olhar do mundo, a acreana precisa unir os interesses globais de preservar a Amazônia ao anseio de quase 30 milhões de pessoas que precisam também de educação, de saúde, de acesso as novas tecnologias e de emprego.