Redação Planeta Amazônia
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), defende a compensação econômica para Amapá e Pará deixarem de avançar na exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. O posicionamento da organização científica foi publicado em um artigo no jornal O Globo, do início de janeiro.
“Qual poderia ser o ganho para um país, caso decida não mais explorar petróleo?”, questionam André Guimarães, diretor executivo da instituição, e Paulo Moutinho, pesquisador sênior. A ideia é os Estados serem beneficiados economicamente pela criação de um fundo, que cobriria o ganho de origem fóssil com “royalties verdes”.
O fundo fiduciário, explicam os autores, poderia receber aportes do Tesouro Nacional e de fontes externas, até mesmo internacionais.
A produção e a queima de combustíveis fósseis ainda crescem em outros países, como os Estados Unidos, mas o Brasil não necessariamente depende dessa matriz para continuar se desenvolvendo. Pelo contrário: a maior fonte de energia para os brasileiros já é renovável.
Segundo a posição do IPAM, é justamente ao colocar um freio na exploração fóssil, com investimento na compensação econômica, que o país alavancaria sua posição frente à transição energética global necessária para a continuidade da vida na Terra.
“Como cientistas e estudiosos do clima do planeta e da Amazônia, somos contra quaisquer iniciativas que gerem mais emissões de carbono”, diz um trecho do texto.
O Brasil se comprometeu em reduzir em 48% as emissões de gases superaquecedores da atmosfera até 2025; e em 53% até 2030. Em 2022, o país emitiu 2,3 bilhões de toneladas de carbono equivalente – medida que equipara os efeitos de diversos gases do efeito estufa, como o metano, aos do gás carbônico.
Guimarães e Moutinho enfatizam que, diante das metas climáticas do país, remunerar os Estados pela não exploração de insumos prejudiciais ao equilíbrio do planeta ajudaria a “tirar do papel as inúmeras cartas de intenção pelo clima”.