Redação Planeta Amazônia
Sons de ferramentas antigas, o canto das aves e o aroma da madeira compõem a atmosfera do Parque Capitão Ciríaco, um dos mais importantes patrimônios históricos e ambientais do Acre. Localizado no bairro Seis de Agosto, próximo ao Centro de Rio Branco, o parque se destaca como o único seringal urbano do Brasil — e o maior do mundo.
Inaugurado em 1994 pela Prefeitura Municipal, o espaço abriga 646 seringueiras e três imponentes árvores Sapupema, com mais de 1.300 anos de história e até 70 metros de altura. Mas sua origem remonta ao século XIX, quando o local era um seringal de cultivo mantido por Ciríaco Joaquim de Oliveira, figura central da Revolução Acreana.
Após receber a terra de Plácido de Castro e ser condecorado como capitão em 1911, Ciríaco iniciou o cultivo de seringueiras, contribuindo para o abastecimento de borracha no mercado de Manaus. Como combatente ao lado de Plácido, teve papel decisivo na anexação do Acre ao Brasil em 1903. O sítio da família Ciríaco resistiu ao tempo e às invasões, tornando-se símbolo da luta e da vida nos seringais.
Transformado em parque público, o espaço foi tombado como Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Paisagístico e Ambiental de Rio Branco, preservando não apenas a vegetação nativa, mas também a memória da Revolução Acreana.
História viva e educação ambiental
O Parque Capitão Ciríaco oferece aos visitantes uma verdadeira imersão na cultura da borracha. Com mais de 100 peças históricas, o acervo retrata a trajetória de Ciríaco e os acontecimentos que marcaram o Acre. Entre as atrações estão a Capela Nossa Senhora da Seringueira, a Casa do Seringueiro e a Galeria Livre de Arte e Ciência.
As visitas guiadas são voltadas a turistas, estudantes e grupos escolares, com funcionamento de segunda a sexta, das 8h às 18h.
