Por redação do Planeta Amazônia
O Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC) proporcionou a pesquisadores brasileiros e noruegueses a realização do curso de campo “Ecologia Tropical e Biodiversidade”, na Floresta Nacional de Caxiuanã, pertencente à cidade de Melgaço, localizada no arquipélago do Marajó, no Pará.
A atividade contou com a participação de pesquisadores da Universidade de Oslo, na Noruega, com seus parceiros brasileiros da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Além da pesquisa produzida na reserva ambiental, os pesquisadores viajaram até a Noruega para realizar outras atividades que se integravam à conclusão do curso. Ao todo, 19 pessoas participaram do processo de pesquisas, sendo 11 brasileiros e oito noruegueses.
Biodiversidade e Desenvolvimento Social e Sustentável
A Amazônia é palco de várias pesquisas para a análise da biodiversidade local. Na teoria, a elaboração dessas explorações devem se unir à valorização da biodiversidade em conjunto com o desenvolvimento social e sustentável das cidades que compõem o bioma. Entretanto, na prática, na maioria das vezes, não é o que ocorre, já que os índices de acesso à saúde, à educação e ao saneamento básico são muito precários nesta região.
Esse é o caso do município de Melgaço (sede do estudo), que, embora apresente uma grande biodiversidade, não oferta condições ideais para o estabelecimento da sua população, uma vez que a cidade ocupa o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, segundo dados do último censo de 2010 produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por isso é importante que pesquisas realizadas na Amazônia tenham compromisso não apenas em auxiliar a preservação da floresta, mas também em proporcionar melhorias sociais e sustentáveis às cidades inseridas nesse contexto.
A pesquisadora da UFPA acredita que os estudos feitos na Amazônia têm a obrigação de contar com aqueles que dependem dos seus recursos, ou seja, os cidadãos: membros de comunidades tradicionais e povos originários que dependem de estruturas ambientais e sociais para se manterem em seus espaços. “As pesquisas devem prever formas de que esses recursos sejam usados de maneira consciente e sustentável e que também garantam o progresso de uma vida digna às pessoas que vivem nesta região. A aliança entre essas duas bases deve ser foco de pesquisas, principalmente, entre nós, que trabalhamos em prol do conhecimento científico aqui, na região.”, afirma Ingrid Campos.
Foto: Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega