A empresa estatal Petroperú relatou nesta sexta-feira (16) a presença de traços de petróleo em um rio da região amazônica de Loreto, próximo ao oleoduto Norperuano, após denúncias de contaminação feitas por comunidades nativas. A petrolífera disse que enviou uma equipe de emergência à área para lidar com o ocorrido e ajudar cerca de 2.500 pessoas que vivem nas comunidades afetadas pelo vazamento.
“Hoje se teve conhecimento da presença de traços de petróleo cru no rio Cuninico, com possível ponto de início no quilômetro 42 do Trecho I do Oleoduto Norperuano, distrito de Urarinas, província e região de Loreto”, informou a Petroperú. “A causa do presente evento está por ser determinada”, acrescentou a empresa após garantir que o bombeamento de óleo por esse trecho está paralisado desde fevereiro.
O vazamento afeta seis comunidades do povo Kokama da localidade de Cuninico, cujos líderes denunciaram à imprensa que o rio está contaminado. “A população está desesperada porque até agora não come, as crianças não comem, porque não há água para cozinhar. Não há o que comer porque toda a ravina, o rio, está contaminado, os peixes estão morrendo”, declarou à rádio RPP o ‘apu’ Galo Vásquez, representante do povo indígena de Cuninico. “A população não tem água para beber”, acrescentou.
Desde janeiro, a Petroperú denunciou uma série de ataques a seu oleoduto na região de Loreto, que causaram vazamentos de óleo e lançaram planos de contingência ambiental. Há registros de ao menos 29 atos de sabotagem contra o oleoduto desde 2014, de acordo com a Sociedade de Mineração, Petróleo e Energia.
O oleoduto Norperuano é uma das obras de maior porte do Peru. Foi construída há quatro décadas para transportar o petróleo dessa região amazônica até Piura, na costa, estendendo-se por cerca de 800 km.