Redação Planeta Amazônia
A Polícia Federal e as Forças Armadas iniciaram nesta sexta-feira, 10, em Boa Vista, Roraima, uma operação de erradicação do garimpo no território Yanomami, objetivando a interrupção da atividade criminosa, com a destruição de equipamentos e aeronaves, e a retirada dos mais de 20 mil garimpeiros, disse à PF em nota. “A operação Libertação permanecerá em andamento até o restabelecimento da legalidade na terra indígena yanomami”, afirmou o comunicado.
A PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços de suspeitos de integrar uma organização criminosa de lavagem de dinheiro a partir do comércio ilícito de ouro. O grupo teria movimentado R$ 64 milhões em dois anos, segundo a PF. Empresas de fachada foram usadas na tentativa de dar ar de legalidade às transações financeiras, conforme as investigações. O dinheiro era oriundo de compra e venda de ouro ilegal.
A PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços de suspeitos de integrar uma organização criminosa. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
A operação conta com agentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e da Força Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Nessa quinta-feira, 9, a PF instalou um centro de comando e controle na sede da superintendência em Boa Vista. O centro é coordenado pela Polícia Federal e integrado por Ibama, Funai, Força Nacional de Segurança Pública e Ministério da Defesa e tem como objetivo planejar ações para a Operação Libertação. O foco na primeira fase é destruir equipamentos de logística que garantem o funcionamento do garimpo.
No começo desta semana, o Ibama realizou ações de desmobilização do garimpo ilegal na região, com a destruição de aeronaves e maquinários e apreensão de mantimentos. O garimpo é o responsável pela onda de surtos de malária e desnutrição, que levou a crise humanitária que abateu o povo yanomami, destacou a ministra da saúde, Nísia Trindade, um dia depois de o Ministério da Saúde decretar situação de emergência em saúde, em Roraima.
Ministra da saúde, Nísia Trindade. Foto: Marcelo Camargo/AGÊNCIA BRASIL
A ação que já dura toda esta semana, conta com dezenas de forças de segurança. Helicópteros do tipo Black Hawk, com capacidade para transportar mais de dez policiais cada um, estão sendo utilizados na ação. A aeronave é considerada ideal por forças policiais para esse tipo de operação. No governo Jair Bolsonaro (PL), helicópteros do tipo foram sucessivamente negados pelas Forças Armadas diante de pedidos da PF por apoio logístico para ações na terra yanomami.