Jovens comunicadores indígenas recebem formação em medicina tradicional

Nesta quinta-feira, (14), às 8h20 (horário de Manaus), acontecerá a Oficina de Formação de Jovens Comunicadores Indígenas, com a temática “Medicina Indígena”. O evento acontece no formato virtual e vai possibilitar que jovens comunicadores acompanhem as oficinas de ensino tradicional da medicina indígena, respeitando e contribuindo para a preservação das tradições e costumes de cada povo.

A iniciativa é do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e as organizações não governamentais Centro de Medicina Indígena e Saúde dos Povos Indígenas da Amazônia.

O curso faz parte de um amplo projeto de apoio às comunidades indígenas em quatro estados do País no enfrentamento dos efeitos da covid-19, com a contribuição financeira do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (Echo, na sigla em inglês), e que tem a Fiocruz Amazônia como um dos parceiros do UNICEF na implementação.

“A ideia é estimular os jovens a que saiam a campo para captar imagens e fazer registros referentes ao cotidiano de suas comunidades. Nós, da Fiocruz Amazônia, ficaremos responsáveis pela edição desse material”, explica o chefe do Laboratório de História, Política Públicas e Saúde na Amazônia (Lahpsa), Júlio Schweickardt, pesquisador do ILMD/Fiocruz Amazônia. A oficina será ministrada pelo especialista indígena João Paulo Tukano e a jornalista e documentarista Flávia Abtibol.

Durante a oficina, serão abordados os diferentes aspectos das narrativas por meio das ferramentas de comunicação e sobre práticas de cuidado de saúde e cura dos povos indígenas. Na programação, está prevista exposição sobre a importância de kihti ukuse (narrativas míticas), bahsese (benzimentos) e bahsamori (rituais), os três conceitos fundamentais do conhecimento prático-científico dos povos indígenas, além do sistema de cuidado de saúde e cura, com benzimentos e uso de plantas medicinais, enfrentamento da covid-19, orientações sobre produção de vídeos e atividades práticas.

“A medicina indígena é o reconhecimento da sabedoria e das práticas baseadas em crenças e experiências de diferentes culturas utilizadas para manutenção da saúde. Assim, essa formação com os jovens comunicadores indígenas fortalece a preservação do conhecimento repassados historicamente entre os povos para a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e a melhora de enfermidades”, esclarece o especialista em Saúde e HIV do UNICEF Brasil Antônio Carlos Cabral.

“Essa oportunidade ajuda os jovens comunicadores a transmitir suas demandas e as das suas comunidades. Eles já trabalham muito bem na mediação das informações que são enviadas até a base. Além do fato  de que são futuras lideranças que vão agregar conhecimento e estratégias de comunicação nas suas organizações e comunidades”, informa Anderson Teles Marques, que integra o grupo de jovens comunicadores indígenas.

Para Júlio Schweickardt, a oficina de jovens comunicadores nada mais é do que uma oportunidade de troca de saberes e experiências. Ele lembra que a Fiocruz Amazônia e o UNICEF trabalham em parceria na elaboração de um diagnóstico do impacto da pandemia de covid-19 em comunidades indígenas e, nesse sentido, a transmissão de conhecimento via jovens comunicadores assume grande relevância.

Sobre o projeto Echo CovidCom financiamento do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia, o projeto busca mitigar os impactos primários e secundários deixados pela pandemia da covid-19 em comunidades e territórios Indígenas nos estados do Amazonas, Maranhão, Pará e Roraima. Para isso, firma parcerias entre organizações públicas e da sociedade civil para a melhoria da qualidade de vida e de saúde dos povos indígenas para atingir resultados em várias frentes de ação: saúde, saneamento, água e higiene, saúde mental, nutrição e medicina tradicional, além da capacitação de jovens comunicadores e multiplicadores para atuação comunitária.

Os jovens comunicadores do projeto são ligados à Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas (Makira-Êta), Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa) e Conselho Indígena de Roraima (CIR).

Informações da Assessoria Unicef Brasil

By emprezaz

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