Registros de armas de fogo aumentaram 219% na Amazônia Legal em 3 anos

O Instituto Igarapé lançou o relatório Amazônia no Alvo, que aponta dados sobre a criminalidade na Amazônia Legal e destaca o aumento de armas em circulação na região como alerta para o aumento da violência.

Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão são os estados que compõem a a Amazônia Legal. A região tem 772 municípios e ocupa pouco mais de 5 milhões km², correspondentes a cerca de 58,9% do território brasileiro, que tem 8,5 milhões de km².

De acordo com o relatório, as mortes por arma de fogo na região cresceram 4% entre 2012 e 2020 (o número passou de 5.537 para 5.780). Já no Brasil, houve queda de 15% no mesmo período. Passou de 40.071 para 33.993 mortes.

Enquanto isso, no Brasil, houve queda de 15% no mesmo período. Passou de 40.071 para 33.993 mortes. Em 2018, o Brasil contava com 696.909 mil armas registradas por pessoas físicas nos sistemas de controle do Exército e da Polícia Federal. Passados três anos, mais um milhão de armas foram registradas, totalizando 1.605 milhão.

Na Amazônia Legal, o número de armas passou de 57.737 armas registradas em 2018 para 184.181, em 2021. Para Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé, há um ambiente propício ao conflito na região.

Em 2012, 14% dos homicídios com arma de fogo registrados no Brasil foram cometidos na Amazônia Legal. Oito anos depois são 17%. A pesquisa também chama a atenção para a disparada do número de armas nas mãos de caçadores, atiradores e colecionadores, os chamados CACs. Atiradores esportivos, por exemplo, podem ter até 60 arma, metade delas de uso restrito como os fuzis semiautomáticos.

Entre 2018 e 2021, os registros de armas para os CACs cresceram 464,4% nos estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. Foi a maior variação dentro da Amazônia Legal. Em todo o Brasil esse aumento foi de 126%.

A caça é proibida no Brasil. A exceção é o javali, animal com pouca presença na região amazônica. Segundo Melina Risso, ativistas e profissionais que trabalham denunciando crimes na região são as pessoas mais expostas à violência na Amazônia Legal que acontece tanto no campo quanto nas cidades.

“Nesse ambiente da Amazônia, com baixa presença do estado, com grande vulnerabilidade, o que a gente observa é um encontro de diversas redes criminosas. Então, o cenário é muito preocupante especialmente quando a gente começa a fazer um grande derramamento de armas de fogo, a violência só tende a ser mais letal”, explicou Melina Risso.

Até o momento, o Exército e o Ministério da Justiça e Segurança Pública não se pronunciaram sobre o assunto.

Com informações de g1

By emprezaz

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