Redação Planeta Amazônia
Para incentivar o protagonismo feminino e a iniciação científica, o Governo do Amapá deu início ao projeto ‘Meninas Da Chuva: explorando a precipitação nos bairros de Macapá e Santana’, que contempla quatro alunas da rede pública de ensino, selecionadas por meio de edital aberto, lançado em 2023.
A imersão científica das jovens selecionadas já teve início na primeira semana de janeiro e conta com aulas presenciais e trabalhos de campo que vão capacitar as estudantes para investigar e compreender a influência da geografia do clima na distribuição da chuva nos bairros e perceber o impacto desse fenômeno nas comunidades locais.
Para a realização da pesquisa, serão instalados pluviômetros – instrumentos usados por meteorologistas – nas casas das alunas. Com esses equipamentos, elas poderão fazer as medições da chuva e realizar a compilação de dados através de tabelas e gráficos com o apoio das coordenadoras da iniciativa e supervisionados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). O projeto integra o programa federal ‘Futuras Cientistas’, do Ministério da Ciência e Tecnologia.
“Montamos um plano de trabalho para comportar e imergir as meninas nas ciências e fomos aprovados. É uma iniciativa voltada para o público feminino, principalmente professoras e estudantes mulheres, que busca ampliar o horizonte para que elas possam ter mais possibilidades profissionais, porque lugar de mulher é onde ela quiser”, explica a coordenadora de Capacitação de Recursos e Gestão de Programa de Projetos da Sema, Débora Thomaz.
Uma das casas que já está preparada para iniciar as análises é a da estudante Jarliane Silva, de 16 anos. Ela é aluna da Escola Estadual Professor Rodoval Borges Silva, em Santana, e conta que sempre gostou de aprender coisas novas. Para ela, o projeto é uma oportunidade para seguir em busca do conhecimento.
“Está sendo muito legal, estou gostando bastante e ampliando meus conhecimentos em uma área nova e, até então, desconhecida. Com essa pesquisa, ganhamos uma chance de conseguir um espaço próprio em áreas científicas que às vezes são difíceis de serem alcançadas por mulheres”, relata a jovem.
Também fazem parte da iniciativa as alunas Ana Paula Nobre, Emília Vaz e Isabelly Rodrigues, que cursam o ensino médio em escolas públicas e estão na faixa etária entre 13 e 15 anos.
Futuras Cientistas
O programa Futuras Cientistas é desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste e o Ministério da Ciência, que busca estimular o contato de alunas e professoras da rede pública de educação com as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, a fim de contribuir com a equidade de gênero no mercado profissional.
O objetivo é promover a participação de professoras e estudantes do ensino médio no campo das ciências por meio da aproximação com centros tecnológicos e instituições educacionais de pesquisa, além de desenvolvimento do pensamento e das atividades científicas transdisciplinares, reduzindo barreiras para o acesso e permanência de meninas e mulheres nos espaços científicos.
Em 10 anos, o projeto alcançou resultados importantes, como 70% das participantes do programa aprovadas em vestibulares. Destas, 80% escolheram cursos nas áreas de Ciência e Tecnologia. As frentes de atuação têm início no ensino médio e seguem até o ensino superior.