Redação Planeta Amazônia
Em Cali, durante a COP 16, o Fundo Casa Socioambiental e Fundo Socioambiental Caixa, da Caixa Econômica Federal, apresentam edital para destinar R$ 20 milhões à 200 iniciativas de organizações e associações de comunidades locais e tradicionais que promovam o desenvolvimento local em consonância com a biodiversidade dos seus territórios. O edital faz parte da Teia da Sociobiodiversidade, que, no total, apoiará 400 organizações com até 100 mil reais cada em duas chamadas públicas. Esta é a maior iniciativa já apoiada na história do FSA CAIXA e também a maior já realizada pelo Fundo Casa. Para participar, os interessados podem entrar no site https://casa.org.br/teia/ e ler a chamada completa. As inscrições estão abertas até 16 de dezembro de 2024.
O projeto pretende fortalecer iniciativas de comunidades locais e tradicionais, como quilombolas, indígenas, marisqueiras, quebradeiras de coco, urbanas periféricas, entre outras, em todo o Brasil, valorizando atividades que já desenvolvem, apoiadas em suas práticas e conhecimentos ancestrais. Os intercâmbios e inspirações, resultantes dos projetos, podem estimular que outros coletivos, no Brasil e no mundo, repliquem essas soluções.
A expectativa é que a Teia da Sociobiodiversidade gere impactos profundos nas comunidades apoiadas, fortalecendo a economia local e o modo de vida das comunidades tradicionais, ao mesmo tempo em que preserva os recursos naturais. O programa ainda tem o potencial de promover uma economia regenerativa baseada na biodiversidade, criando novos mercados e fortalecendo redes de cooperação entre comunidades. “Espera-se que o programa promova a recuperação de ecossistemas, aumente a resiliência climática e melhore a qualidade de vida das populações envolvidas. A abrangência da chamada permitirá construir modelos a serem seguidos nos diversos biomas, reforçando o impacto do investimento filantrópico nas comunidades de base”, explica Cristina Orpheo, diretora executiva do Fundo Casa Socioambiental.
As linhas de apoio se dividem em “Fortalecimento de Negócios da Sociobiodiversidade” e “Soluções Baseadas na Natureza”. A primeira reúne atividades econômicas que valorizam a diversidade biológica e cultural de regiões específicas, como por exemplo, casas comunitárias de farinha, hortas coletivas, plantios agroecológicos e da agricultura familiar. Por sua vez, a segunda linha abrange as propostas para enfrentar os desafios socioambientais locais com soluções inspiradas nas dinâmicas e estruturas culturais e da biodiversidade da localidade. Assim, geram benefícios sociais, econômicos e ambientais. Alguns exemplos de projetos nessa última linha são a restauração de ecossistemas, sistemas que combinam agricultura e árvores, jardins de chuva e criação de parques urbanos.
“As comunidades locais são uma potência exponencial nos projetos produtivos dentro da lógica da sociobiodiversidade. E a parceria com o Fundo Casa está alinhada com três Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Agenda 2030, das Nações Unidas: Enfrentamento às mudanças climáticas, Igualdade de Gênero, e Fome Zero e Agricultura Sustentável. Essas ações reforçam o compromisso da CAIXA com a sociedade e o seu papel na busca por um futuro mais sustentável e inclusivo”, ressaltou Jean Benevides, diretor executivo de Sustentabilidade e Cidadania Digital da Caixa Econômica Federal.
O desenho da Teia da Sociobiodiversidade é resultado de quase duas décadas de existência e experiência do Fundo Casa fomentando transformações a partir do investimento em organizações em todo o Brasil. Ao longo da sua trajetória, o fundo apoiou mais de 3 mil projetos com mais de R$100 milhões. “Para o Fundo Casa, viabilizar um programa de R$40 milhões, apoiando 400 projetos, significa um avanço significativo em sua missão de apoiar a conservação ambiental e o fortalecimento das comunidades locais tradicionais. E o marco do lançamento da iniciativa na COP 16 reforça o papel comunitário na construção de soluções sustentáveis. É uma oportunidade única de ampliar o impacto das nossas ações, permitindo que mais projetos comunitários sejam financiados e criando condições para o desenvolvimento sustentável e a inclusão socioeconômica em larga escala”, finaliza Cristina Orpheo.