Redação Planeta Amazônia
Neste dia 9 de agosto, quando se celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas, iniciativas de fortalecimento da autonomia e do protagonismo indígena revelam os importantes avanços alcançados pelas etnias do Médio Xingu. Ações coordenadas pelas organizações indígenas, com apoio da Norte Energia, estão se tornando referência em gestão territorial, sustentabilidade e cooperação interétnica.
Um exemplo recente é o projeto da Associação Bitatá, da aldeia Cupi, do povo Xipaya Kuruaya da Terra Indígena Cachoeira Seca, que conquistou recursos para perfuração de poços em 12 aldeias indígenas da região. A iniciativa, aprovada no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), irá beneficiar diretamente cerca de 305 pessoas das Terras Indígenas Trincheira Bacajá e Apyterewa, garantindo acesso à água potável e promovendo a melhoria da qualidade de vida nas comunidades.
A iniciativa é fruto do Programa de Fortalecimento Institucional (PFI), parte do Plano Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI), da Usina Hidrelétrica Belo Monte, que incentiva a gestão autônoma e o planejamento participativo das associações indígenas.
O PDRSX, parte da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) do Governo Federal, tem como objetivo reduzir as desigualdades regionais no Xingu e é financiado com recursos da Norte Energia.
Antonio Xipaya, cacique da aldeia Cupi, destaca que a iniciativa nasceu da preocupação com outras comunidades. “A gente viu que nossos parentes de outras aldeias estavam precisando de água e decidimos fazer um projeto que ajudasse eles também, não só o nosso povo. A parceria com a Norte Energia foi importante porque, através dela, a gente aprendeu como fazer projeto, como prestar conta, e isso fortaleceu nossa associação para fazer ainda mais pelos nossos parentes”, ressalta.
Liderança da Aldeia Kanaã, da TI Apyterewa, Xokarowara Parakanã ressalta a alegria do povo em receber a aprovação do projeto. “A gente fica muito feliz com a chegada desse projeto que vai trazer água para a nossa comunidade. É uma conquista muito importante para nós, povo Parakanã. Esse apoio que vem através do PDRSX, PBA-CI, junto com a Norte Energia, é uma contribuição grande para os povos indígenas do Médio Xingu. Fico muito contente em ver nosso povo sendo beneficiado”, contou.
Autonomia indígena
A Associação Indígena Tato’a também deu um passo importante ao assumir a execução de programas do PBA-CI voltados à gestão territorial e fortalecimento institucional da Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, no Pará. A proposta que partiu das próprias lideranças da Tato’a foi construída em diálogo com órgãos como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e o Ministério dos Povos Indígenas ganha ainda mais relevância por se tratar de um território que foi objeto de recente desintrusão pelo Governo Federal. Nesse contexto, a parceria se torna um instrumento estratégico para a reocupação da TI Apyterewa.
O acompanhamento técnico das ações será feito pela Norte Energia, com avaliações trimestrais e repasses para execução das atividades.
Para Sabrina Brito, gerente Socioambiental da Norte Energia, essas iniciativas representam um avanço concreto na autonomia das organizações indígenas. “Estamos acompanhando uma transformação. As lideranças estão cada vez mais preparadas para coordenar projetos estratégicos, com visão de longo prazo, garantindo a sustentabilidade dos seus territórios e das futuras gerações”, destaca.
