Quilombolas do Pará fortalecem protagonismo na luta por justiça climática às vésperas da COP30

Redação Planeta Amazônia

Com a COP30 se aproximando, a Rede Comuá evidencia o papel das comunidades quilombolas e movimentos comunitários do Pará na construção de soluções locais para o enfrentamento da crise climática. As experiências reunidas na plataforma Comuá pelo Clima mostram como saberes ancestrais e a defesa dos direitos territoriais são fundamentais para a preservação da Amazônia e a promoção da justiça climática.

Entre as iniciativas em destaque está o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA), que atua em Belém e região metropolitana, com forte presença no Quilombo Abacatal. A organização fortalece comunidades negras e quilombolas por meio de formação política, incidência por justiça racial e ambiental e valorização de práticas sustentáveis. O protagonismo das mulheres negras é um dos eixos centrais do trabalho, que integra a defesa dos territórios, a preservação cultural e a construção de estratégias de permanência sustentável na floresta.

As ações do CEDENPA incluem oficinas sobre transição climática e direitos territoriais, produção de materiais educativos sobre racismo ambiental e apoio a comunidades quilombolas em processos de regularização fundiária. Também promovem soberania alimentar e agroecologia, unindo ancestralidade e inovação. O resultado tem sido o fortalecimento da luta por titulação de terras, ampliação da consciência ambiental e valorização da cultura afro-amazônica como ferramenta de resistência.

foto: CEDENPA+Abacatal

Segundo Jonathas Azevedo, da direção executiva da Rede Comuá, as soluções locais têm papel decisivo na resposta à crise do clima. “Essas iniciativas são mais assertivas porque partem de quem vive nos territórios e conhece a realidade local”, afirmou.

De 2023 a 2024, organizações ligadas à Rede Comuá destinaram R$ 450 milhões a projetos comunitários em 25 estados, beneficiando cerca de meio milhão de pessoas. No Pará, as comunidades quilombolas são referência no manejo sustentável e na resistência ao desmatamento, conectando ancestralidade, preservação e justiça social.

Durante a COP30, a Rede Comuá participará da Casa Sul Global, espaço de articulação entre redes da América Latina e do Sul Global, para debater financiamento climático e fortalecer a cooperação entre movimentos comunitários.

By emprezaz

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