Realidade de povos indígenas em Rondônia é tema de programação especial

Redação Planeta Amazônia

No mês em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas (19 de abril), o Comitê Interinstitucional de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade, do Ministério Público de Rondônia (MPRO) irá promover uma atividade  para debater questões alusivas aos povos originários brasileiros, especialmente os que vivem em território rondoniense. O Cine Debate “Vivências Indígenas” contará com a exibição do filme “O Território” e debate com a indigenista Neidinha Bandeira no dia 28 de abril, das 17h às 20h, no audicine do Sesc Esplanada, em Porto Velho – RO.

“O Território” é baseado em imagens verídicas capturadas ao longo de três anos, retratando a resistência exercida pelo povo indígena Uru-eu-wau-wau contra o desmatamento trazido por posseiros, grileiros, garimpeiros e outros invasores de terras na Amazônia brasileira.

Programação inclui a exibição do documentário Território, de Alex Pritz/foto: divulgação/GCI

Após a exibição do documentário, haverá roda de conversa com Neidinha Bandeira, indigenista, cofundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e vencedora do Prêmio ECOA 2023, que há mais de 50 anos dedica sua vida e seu trabalho à proteção das florestas, dos povos indígenas e ao ativismo pelos direitos humanos, com atuação especial nas periferias urbanas com apoio aos movimentos de hip-hop e capoeira.

O Comitê Interinstitucional é composto pelo Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, Tribunal de Justiça de Rondônia, Escola da Magistratura de Rondônia e Ministério Público de Rondônia.

Dados 

O Relatório da Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – 2021, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) destaca o aumento de invasões e ataques contra comunidades e lideranças indígenas nos últimos anos. Em 2021, o CIMI registrou a ocorrência de 305 casos de “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio”, que atingiram pelo menos 223 Terras Indígenas em 22 estados do país. Em 2020, foram 263 casos, afetando 201 Terras Indígenas em 19 estados. Em 2018, foram 109 casos do tipo.

O Relatório registra ainda, a ocorrência de violência contra o patrimônio, contra a pessoa e mortes por COVID. Em janeiro de 2023, foi declarada pelo Ministério da Saúde como Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional pela Portaria GM/MS nº28, a situação de crise humanitária que se apresenta entre o povo Yanomami.

Em números oficiais, tem-se que, de 2019 a 2022, 570 crianças yanomami morreram de causas evitáveis, significando um aumento de quase 30% em relação aos quatro anos anteriores. Investiga-se a possível negligência na condução do combate à pandemia nas Terras Indígenas, ausências de serviços básicos de saúde e o avanço do garimpo ilegal como causadores da situação.

By emprezaz

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