Após o desaparecimento e morte confirmada do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, no Vale do Javari, Amazonas, outros casos de mortes de pessoas que lutavam pela causa ambiental estão sendo relembrados. Em 12 de Fevereiro de 2005, a missionária Dorothy Stang saiu para um encontro marcado com agricultores da região, no município de Anapu, no Pará. Nesse dia, ela foi assassinada com seis tiros por um pistoleiro, vítima de uma emboscada.
Aos 73 anos, a missionária conheceu o drama do pequeno agricultor sem terra para trabalhar. Ela se tornou uma liderança na luta pela reforma agrária e isso acabou incomodando madeireiros, fazendeiros e grileiros da região.
Dorothy coordenava projetos de uso sustentável da floresta em áreas de assentamento do incra o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, um dos mandantes do assassinato, possuía títulos de terra ilegais.
A repercussão internacional do caso deu visibilidade para conflitos de terra na Amazônia. Na época, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esteve na região e deslocou um aparato policial para as investigações.
Desde a chegada à Amazônia, Dorothy dedicou-se a defender o direito à terra para camponeses e à criação de projetos de proteção da floresta, agindo junto à população.
A missionária foi uma das primeiras pessoas a defender publicamente que as terras públicas deveriam ser destinadas à reforma agrária.
O assassinato da missionária
A missionária americana da ordem de Notre Dame Dorothy Mae Stang foi morta aos 73 anos em Anapu, sudoeste do Pará. Ela trabalhava junto a comunidades no município em projetos de desenvolvimento sustentável, o chamado PDS Esperança.
Segundo o Ministério Público, a morte da missionária foi encomendada pelos fazendeiros Vitalmiro Bastos e Regivaldo Galvão. Amair Feijoli da Cunha, que teria recebido dinheiro de Viltamiro para executar a missionária, foi condenado a 18 anos de prisão como intermediário do crime.
Rayfran das Neves Sales, condenado a 27 anos de prisão por ser assassino confesso de Dorothy Stang, deixou o regime fechado para cumprir o restante da pena em prisão domiciliar em julho de 2013. Clodoaldo Carlos Batista, acusado de ser comparsa de Rayfran, foi condenado a 17 anos de prisão e deixou a Casa do Albergado, localizada em Belém, em fevereiro de 2011. Ele permanece foragido.
O crime ganhou repercussão internacional, chamando a atenção de entidades ligadas aos direitos humanos e a reforma agrária.