Redação Planeta Amazônia
Em meio à severa estiagem que tem afetadado o Acre, o Rio Iaco, em Sena Madureira, atingiu nesta segunda-feira (23), a marca de 31 cm. O nível histórico supera a marca anterior, registrada no domingo (22), de 32 cm. Os dados são do boletim diário da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), com base em informações do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma).
A Defesa Civil Estadual, que coordena o Gabinete de Crise, destaca a gravidade da situação e reforça os esforços conjuntos do governo do Acre para mitigar os impactos da seca.
“O cenário em Sena Madureira não é diferente do que estamos presenciando nos demais municípios acreanos. Temos registrado níveis históricos de seca em vários rios do Acre. Estamos atuando de forma integrada para minimizar os efeitos à população e ao meio ambiente, trabalhando com todos os entes do estado para enfrentar a seca extrema”, afirmou Carlos Batista, coordenador da Defesa Civil.
Com o início antecipado da seca, ainda no fim de maio, e com o período chuvoso previsto apenas para outubro, o governo do Acre intensificou medidas emergenciais para enfrentar a crise. Entre as ações, estão a declaração de emergência ambiental em todos os 22 municípios do estado e o reforço no monitoramento dos níveis dos rios e da qualidade do ar.
Além disso, o governo do Estado articula a liberação de R$ 9,5 milhões do governo federal para enfrentar a crise. O valor faz parte dos R$ 514 milhões destinados ao combate às queimadas na Amazônia, conforme previsto em medida provisória recente, e atende a solicitação do governador Gladson Cameli e gestores dos municípios para o enfrentamento ao problema.
Para proteger os recursos hídricos, o Estado também intensificou a fiscalização de atividades ilegais, como queimadas e desmatamento. Em 2024, já foram aplicados mais de R$ 15,8 milhões em multas por infrações ambientais, com foco no combate ao desmatamento ilegal e às queimadas.
O governador Gladson Cameli tem reforçado a necessidade de cooperação entre os estados amazônicos e o governo federal. Em reunião recente, defendeu a união de esforços para enfrentamento do momento crítico intensificado pela estiagem prolongada. “Além de um problema ambiental, é uma questão de saúde pública para a população”, ressaltou.
Entre as ações em andamento no combate aos incêndios ambientais, estão a proibição de queimadas, vigente até 31 de dezembro, e a operação Sine Ignis (Sem Fogo), realizada entre 29 de agosto e 8 de setembro, que resultou na aplicação de R$ 1,5 milhão em multas, apenas na primeira fase.
Além disso, o Serviço de Água e Esgoto do Acre (Saneacre) está realizando melhorias na rede de captação e distribuição de água para mitigar os impactos da escassez hídrica. A instalação de filtros de água potável nas unidades de gestão integrada (Ugais), que atendem comunidades próximas a áreas protegidas, também faz parte das ações.
O governo estadual continua acompanhando a situação do Rio Iaco e de outros rios do estado. “A Sema, por meio do Cigma, monitora os índices de qualidade do ar, focos de queimadas, alertas de desmatamento, previsão do tempo e outros dados importantes para subsidiar as decisões do governo”, informou a secretária do Meio Ambiente, Julie Messias.