Sabores amazônicos conquistam o mercado com responsabilidade socioambiental

Cassandra Castro

Balas de frutas, castanhas, biscoitos, jujubas e outros produtos veganos, uma variedade de opções com sabores amazônicos. Aliar alimentos mais saudáveis e valorizar a matéria-prima vinda de produtores da região norte são missões feitas com muita dedicação e respeito ao homem da floresta e ao meio ambiente pela empresa Manawara e parceiros. A sede do empreendimento fica em Iranduba, na região metropolitana de Manaus (AM) e oferece alimentos produzidos à base de frutas como açaí, guaraná, taperebá e cupuaçu.

Produtos da empresa já têm público fidelizado e negócio só cresce/foto: divulgação Manawara

Mesmo com os desafios enfrentados como por exemplo, a logística para envio dos produtos, a empresa dribla as dificuldades e se consolida no mercado brasileiro. O negócio já comercializa seus produtos em alguns lugares do país e por meio de e-commerce, e 70% de seus clientes estão em São Paulo, um dos motivos para a empresa ter inaugurado no dia 6 de maio, seu primeiro ponto de venda na cidade.

Em sua cadeia produtiva, a empresa busca valorizar produtores da região amazônica. O guaraná utilizado vem de Maués, a castanha é proveniente da Assoab (Associação dos Agropecuários de Beruri), que atua na Resex Mamirauá. O polvilho dos biscoitos vem de Iranduba, o mel de Boa Vista do Ramos, a farinha de coco de produtores do Acre.

Empresa amazonense fica em Iranduba, na região metropolitana de Manaus/foto: divulgação Manawara


“Nossa intenção é promover uma imersão no mundo de cores e sabores da Amazônia. Que cada um tenha a possibilidade de imaginar a sua Amazônia através dos produtos que oferecemos. Dentro de cada bala, de cada caixinha, tem muito zelo com a natureza e com as pessoas que vivem na floresta”, destaca Mércio Sena, CEO da Manawara.

Além do comércio justo e da inserção de novas cadeias de produtos como fonte de renda de comunidades da Amazônia, o empresário anunciou a criação do Fundo Manawara que vai destinar 2% dos faturamentos das franquias da empresa para apoio a essas comunidades.

Parceria e sustentabilidade

O empresário Luca D’Ambros, 48, é um italiano que mora em Maués, no interior do Amazonas, há vinte anos. Ele planta guaraná desde 2009 e começou a vender o produto em pó, em 2016. Luca logo percebeu que precisaria ir além da produção comum de guaraná para poder ser competitivo. A ideia era fazer algo diferente, de uma forma sustentável e que também gerasse riqueza aos produtores locais. Além do guaraná, a agroindústria também trabalha com castanhas do Brasil, cacau selvagem, andiroba e cumaru (na extração de óleo ou semente).

Luca D’Ambros é um dos parceiros da empresa Manawara e também acredita na inovação para aprimorar matéria-prima retirada da floresta/foto: acervo pessoal

Seguindo praticamente os mesmos pilares de Mércio Sena, da Manawara, Luca D’Ambros enfatiza o trabalho de trazer inovação tecnológica que possa transformar a matéria-prima amazônica de extrativismo ou de agroextrativismo em produtos de qualidade que atendam a um mercado cada vez mais exigente. “ É um mercado que é muito faminto de produtos naturais de origem, rastreabilidade, que quer saber de onde vem o que ele consome e como este produto é feito”, explica o empreendedor. A  agroindústria D’Amazonia Origens, fornece à Manawara castanhas inteiras desidratadas, a pasta e os flocos de castanha. E esta parceria é constante, inclusive no desenvolvimento e testes de novos produtos.

A garantia de procedência da matéria-prima até o produto final aliada a uma afinada rede de distribuição tem levado essas iniciativas a voos mais altos. A Manawara já participou das maiores feiras de alimentos e bebidas do mundo e da Europa, além de ter sido premiada pelo Brazil Design Awards, em 2020, pelo desenvolvimento de embalagens para as balas de fruta.

Empreendimentos como a Manawara e a agroindústria D’Amazonia Origens são exemplos reais de que inovação e conhecimento tradicional podem caminhar juntos e garantir cidadania a quem tira da floresta o seu sustento. “ A conservação efetiva da Amazônia passa por oferecer negócios e possibilidades de trabalho sustentáveis, que propiciem uma vida digna aos povos que aqui habitam”, finaliza Mércio.

By emprezaz

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