Semana da Sociobiodiversidade reúne 450 lideranças e reforça papel estratégico do setor na economia e no clima

Redação Planeta Amazônia

A Semana da Sociobiodiversidade 2025 segue até sexta-feira (5/9), reunindo cerca de 450 representantes de povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, extrativistas e agricultores familiares em Brasília. O encontro destaca o papel central da sociobiodiversidade na economia brasileira e no enfrentamento das mudanças climáticas, com foco em políticas públicas, participação social e conexão com a agenda da COP30.

Um dos principais marcos da programação é a elaboração da Carta da Semana da Sociobiodiversidade 2025, documento construído coletivamente e entregue ao Governo Federal no encerramento do evento.

Apesar de sua relevância, o setor enfrenta obstáculos como falta de acesso a crédito, inclusão sanitária, incentivos fiscais, escassez de dados oficiais e desafios logísticos. A crise climática também impacta diretamente a produção: entre 2024 e 2025, por exemplo, a seca extrema na Amazônia impediu a safra da castanha, afetando até o consumo próprio de comunidades ribeirinhas e indígenas.

foto: Divulgação

Segundo dados do Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio), em 2023 o setor movimentou R$ 17,4 bilhões e gerou 525 mil empregos. Além disso, protegeu 60 milhões de hectares, contribuindo diretamente para a preservação ambiental. Cadeias como a da castanha, borracha e pirarucu representaram R$ 2,56 bilhões — cerca de 15% do total.

O manejo sustentável realizado por povos e comunidades tradicionais garante a produção de alimentos e a proteção do meio ambiente, promovendo biodiversidade, cuidado com a água e regulação climática. Estudos reforçam essa contribuição:

  • 🌳 Na Amazônia, a perda de vegetação em Terras Indígenas foi de apenas 1,74%, contra 27% fora delas (ISA).
  • 🌾 No Cerrado, o desmatamento dentro das TIs foi de 5,89%, bem abaixo dos 54,4% em outras áreas.
  • 🌿 Quilombos perderam apenas 1,4% de florestas entre 2003 e 2022 — 82% menos que o entorno (Conaq/ISA).
foto: Divulgação

Mobilização e agenda política

Organizada pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), pela Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (CONFREM) e pelo ÓSocioBio, a Semana promove o diálogo entre lideranças tradicionais e representantes dos poderes Executivo e Legislativo.

foto: Divulgação

A programação inclui debates, encontros no Congresso Nacional e atos públicos. No dia 4 de setembro, haverá sessão solene pelo Dia Internacional da Amazônia e uma marcha na Esplanada dos Ministérios. O tema central é “Fortalecendo Economias Sustentáveis, Pessoas, Culturas e Gerações”, valorizando territórios e maretórios e conectando o evento à mobilização global pela COP30.

By emprezaz

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