Redação Planeta Amazônia
Uma comitiva formada por empresários chineses do mercado de carne bovina e por representantes da organização de conservação global WWF (World Wide Fund For Nature/Fundo Mundial para a Natureza) cumpre em Belém, uma agenda de reuniões com órgãos públicos e com instituições privadas, em missão de fortalecimento das relações comerciais entre Pará e China. Os empresários estão conhecendo as ferramentas de regularização e assistência técnica do Pará, com objetivo de apoiar a cadeia da pecuária e agricultura familiar, para fomentar o fortalecimento e o desenvolvimento sustentável da pecuária paraense.
Entre os integrantes da comitiva, o vice-presidente da China Meat Association, Gao Guan. O grupo busca parcerias com o governo e empresas locais e também conhecer ferramentas de controle ambiental e programas estaduais voltados à assistência técnica e regularização, visando reintegrar ao mercado produtores de pecuária que atualmente enfrentam restrições comerciais devido a irregularidades ambientais.
A série de reuniões começou, na segunda-feira (1), na sede da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), em Belém, com representantes da Semas, da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) e da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará). Durante esta semana, a comitiva segue a agenda de encontros com empresários da cadeia pecuária e com representantes de frigoríficos no Pará.
Durante a reunião na Semas, os empresários chineses demonstraram intenção de atuar na promoção de práticas sustentáveis na pecuária bovina paraense, contribuindo para a conservação da Amazônia e fortalecimento das relações comerciais entre o Pará e a China. Para atingir estes objetivos, o governo do Estado e o empresariado chinês deverão definir formas de cooperação visando apoiar produtores pecuários.
“O Pará é pioneiro, entre todos os outros Estados, no desenvolvimento de processos que possam garantir a volta de produtores ao mercado de agropecuária. Dessa forma, nós pretendemos elevar a renda dos agricultores do Pará e proteger a floresta amazônica”, afirma Zhonghao Jin, consultor sênior da WWF-Beijing.
COP 30
Outra meta dos empresários é fortalece a atuação conjunta. “Esperamos cooperar de uma forma mais próxima com o Estado e que, brevemente na COP 30, nós possamos levar para o mundo a nossa cooperação. Também esperamos que nossas comunicações sejam cada vez mais próximas com o Estado e nossos colegas da WWF Brasil, e no futuro possamos fazer videoconferências, criando um modelo conjunto de ações”, completa Zhonghao Jin.
A diretora de Mudanças Climáticas da Semas, Renata Nobre, apresentou a legislação e os programas do governo do Pará, que promovem a regularização de produtores, garantindo a reinserção de pecuaristas no mercado e a sustentabilidade da pecuária na região.
“Nós estamos apresentando, durante esta visita, os programas e ferramentas do estado que apoiam produtores e fortalecem a cadeia pecuária paraense. Os empresários chineses demonstraram grande interesse em reforçar as relações comerciais entre o Estado do Pará e a China no mercado pecuarista. Reiteramos nosso compromisso com a sustentabilidade e com a assistência aos pecuaristas do estado. Agradecemos a todos os envolvidos por essa oportunidade de estreitar laços e construir um futuro mais próspero e sustentável para o estado do Pará”, afirma a diretora da Semas.
“É muito importante a presença da comitiva da China no estado. Historicamente, o Brasil e o estado do Pará têm uma relação de comércio muito forte com a China. Nós temos oito plantas frigoríficas habilitadas para exportação para a China e aproveitamos esse momento em que estivemos reunidos com representantes daquele país para falar sobre o programa de fortalecimento da cadeia da pecuária. O Pará tem uma missão fundamental de possibilitar o acesso a crédito e a regularização ambiental e fundiária. Então, para a gente, é primordial esse momento de diálogo”, afirma o diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo.
Segundo Gao Guan, vice-presidente da China Meat Association, o diálogo entre Pará e China tende a se aprofundar. “Estamos iniciando um processo e os nossos contatos deverão se intensificar. Nossas comunicações deverão se tornar cada vez mais próximas e esperamos que brevemente nós tenhamos muitos resultados positivos”, afirma. A China Meat Association é uma organização social nacional sem fins lucrativos formada por empresas relacionadas à carne, instituições públicas e organizações sociais, com objetivo de fomentar o desenvolvimento da indústria da carne da China e atender às demandas dos consumidores chineses.
“No Estado, 67% das unidades que produzem gado são da agricultura familiar, são propriedades rurais que possuem até 100 cabeças de gado. É na agricultura familiar que a cadeia se inicia. Somos um estado de dimensões continentais, por isso os desafios também são muito grandes. Das 300 mil unidades de agricultura familiar no Pará, mais de 75 mil propriedades trabalham na pecuária e precisam de um fomento específico”, diz o secretário adjunto da Seaf, Cristiano Martins.
A comitiva chinesa é composta por membros de diversas organizações. Pela China Meat Association, estão presentes Gao Guan, vice-presidente, e Zhao Siyu, representante comercial do Departamento de Comunicação Internacional e Cooperação. Representando o WWF-Beijing, participam o consultor sênior Zhonghao Jin e Wang Hongyue, gerente de Programas.
Também estão presentes no Pará representantes do Eternal Sunshine Hongkong Group, incluindo Hou Lin, Gerente Geral, e Liao Weidong, vice-gerente geral. Pelo Hebei Sogreen Food, comparece Gao Qiuju, presidente da empresa.
A WWF-Brasil marca presença com uma equipe composta por Pablo Majer, especialista em Conservação e líder de Projetos de Gado; Tiago Reis, especialista em Conservação e líder de Projetos de Soja; Caroline Amaral, analista de Conservação; Amanda Berge, Relações Corporativas, e Pevé Vaz, analista de Conservação. As reuniões contam com o apoio dos intérpretes Vilson Hung e Alicia (Yi) Heng, responsáveis pela tradução entre mandarim e português.