Preservação da Amazônia toma conta da passarela do samba, no Rio de Janeiro

Redação Planeta Amazônia

A escola de Samba Unidos do Porto da Pedra, entrou na Passarela do Samba, no Rio de Janeiro no último sábado, 18, ecoando a voz do canto do indigenista Bruno Pereira, assassinado ao lado do jornalista Dom Phillips, no Amazonas: “Warrãna-rarae, Warrãna-rarae, Mari-nawa-kenadêe”.

Com uma preocupação com o meio ambiente que começou antes do desfile, e com um enredo marcante sobre o imaginário da Amazônia, a partir da literatura do escritor francês Júlio Verne, a escola de samba de São Gonçalo explorou a criatividade na apresentação sobre a floresta e também trouxe à tona o debate sobre preservação e conservação do Meio Ambiente para o público.

A escola foi a quinta a desfilar na última noite da Série Ouro (o grupo de acesso do carnaval do Rio), ganhando elogios à vermelho e branco, principalmente pela evolução e pelo samba-enredo.

A Amazônia e um indígena defensor da floresta: preservação ambiental dentro e fora da Passarela do Samba/Foto: Gabriel Santos / Riotur

Para alguns jurados do Estandarte de Ouro, tradicional premiação carnavalesca do jornal O Globo, a Porto da Pedra fez o melhor carnaval da Série Ouro e é forte candidata a retornar ao Grupo Especial em 2024. “O desfile foi completo e teve clareza no significado das alegorias luxuosas e fantasias criativas”, resumiu um dos jurados.

A escola também assumiu um compromisso diante da escolha do enredo. A redução do uso de penas reais nas fantasias e a compensação da emissão de CO2 das atividades da escola durante a preparação para o carnaval, fazem parte desse compromisso com uma postura mais sustentável no maior espetáculo da terra. Antes dos desfiles, integrantes da Porto da Pedra participaram de mutirão para plantar mudas de espécies da Mata Atlântica numa área de preservação ambiental em São Gonçalo

Aclamada durante o desfile com gritos de toda a arquibancada e até com fogos de artifício, a Porto da Pedra homenageou figuras importantes do ativismo ambiental, assassinadas na defesa da floresta e de seus povos: o jornalista Dom Phillips, o indigenista Bruno Pereira, a missionária católica Irmã Dorothy e o ambientalista Chico Mendes.

Poucos minutos antes do desfile começar, o carnavalesco Mauro Quintaes definiu a sua expectativa para o espetáculo como a melhor possível. “A ideia é tocar no dedo na ferida das culturas indígenas brasileiras. O último carro tem uma visão política muito forte”, afirmou o carnavalesco. Neste carro, a escola trouxe lideranças indígenas e até a filha do próprio Chico Mendes para desfilar.

Os integrantes da Porto da Pedra ficaram emocionados com o desfile. Rui Franco está há muito tempo na agremiação e  faz parte da diretoria da escola. Para ele, a agremiação veio para brigar pela vitória neste ano. “É uma escola fazendo carnaval de Especial. Além do enredo ser muito bonito”, declarou.

By emprezaz

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