Redação Planeta Amazônia
O Rio Tarumã-Açu, um dos principais pontos de lazer de Manaus, está enfrentando sérios problemas ambientais. Um estudo realizado pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) revelou que a qualidade da água está em queda — e isso pode afetar diretamente quem costuma nadar, passear ou instalar flutuantes na região.
A análise faz parte do Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), que acompanha a saúde dos recursos naturais do estado. Segundo os pesquisadores, o rio está perdendo sua capacidade de se limpar sozinho, principalmente por causa do esgoto sem tratamento que chega pelos igarapés da cidade.
“O Tarumã está dando sinais de alerta”, explicou Daniel Nava, gerente de Recursos Hídricos do Ipaam. “Por isso, decidimos suspender o licenciamento de novos flutuantes na área.”

O estudo avaliou o Índice de Qualidade da Água (IQA), que funciona como uma nota de zero a 100. Quando o valor fica abaixo de 50, já é sinal de que a água pode estar imprópria para uso humano. Foram analisados 164 indicadores, incluindo coliformes fecais, pH, oxigênio dissolvido e turbidez.
Em 2023, os resultados mostraram que vários desses parâmetros estavam fora do ideal. Isso significa que, em alguns trechos, a água pode não ser segura para banho.
Além de alertar sobre os riscos, o monitoramento também ajuda na criação de um Plano de Gestão para a Bacia Hidrográfica do Tarumã-Açu, que está sendo desenvolvido por várias instituições, incluindo o Ipaam, a Sema e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tarumã-Açu.


Os dados completos serão apresentados no dia 12 de agosto, no auditório do Centro de Monitoramento Ambiental do Ipaam. A população está convidada a participar e entender melhor o que está acontecendo com o rio. “Queremos que as pessoas saibam como o Tarumã está sendo usado e o que pode ser feito para protegê-lo”, disse Rafael Lopes, pesquisador do ProQAS/AM. “Coliformes e pH são os dados mais fáceis de entender, e vamos explicar tudo de forma clara.”
O ProQAS/AM é formado por uma equipe multidisciplinar, com especialistas em engenharia florestal, química, biologia e matemática — além de alunos de mestrado e doutorado. Juntos, eles trabalham para garantir que os rios do Amazonas continuem vivos e saudáveis.