Por redação do Planeta Amazônia
A Conferência da ONU sobre o Clima (COP27) terminou nesse domingo (20) em Sharm el-Sheikh, Egito. O evento resultou na criação de um fundo para ajudar os países pobres que sofrem com os desastres causados pelas mudanças climáticas.
Considerando que os acordos alcançados cumprem o objetivo inicial de que a COP27 seria uma “conferência de implementação”, o primeiro-ministro do Egito, Sameh Shukri, considerou o saldo como positivo, no discurso de encerramento dos trabalhos.
“Copo meio cheio”
A resolução que aprovou a criação do fundo foi adotada por unanimidade em assembleia plenária. A resolução enfatiza a “necessidade imediata de recursos financeiros novos, adicionais, previsíveis e adequados para ajudar os países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis” aos impactos “econômicos e não econômicos” das alterações climáticas.
A Suíça lamentou que na conferência não tenham sido impostas obrigações aos principais emissores de gases com efeito de estufa, e o país garantiu que vai trabalhar para assegurar que contribuam adequadamente para a luta contra as alterações climáticas.
A África do Sul e o Paquistão elogiaram a aprovação do acordo de compensações.
O Ministério do Ambiente sul-africano saudou os “progressos adicionais”, mas considera serem “necessárias mais ações urgentes para garantir o cumprimento das obrigações dos países desenvolvidos”.
Numa rede social, o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, disse que o fundo é “um primeiro passo decisivo em direção ao objetivo da justiça climática”.
A execução do fundo será elaborada por uma comissão especial e depois adotada na próxima COP28, no final de 2023, nos Emirados Árabes Unidos. A aprovação do fundo foi saudada por organizações não-governamentais (ONG) e países, tendo a associação ambientalista Greenpeace considerado que se trata de “uma pedra basilar” para apoiar países que “já estão a ser devastados” pela crise climática.
Acordo histórico mas “insuficiente”
A ministra da Transição Energética da França, Agnès Pannier-Runacher, elogiou o progresso conseguido para os países mais vulneráveis, mas lamentou “a falta de ambição climática” e não se ter avançado nos “esforços adicionais para reduzir os gases que provocam efeito de estufa nem em eliminar progressivamente os combustíveis fósseis”.
O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, disse que as negociações ficaram aquém do necessário, “um passo muito curto para os habitantes do planeta”.
A mesma “falta de ambição” foi declarada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. “Precisamos reduzir drasticamente as emissões [de gases com efeito de estufa] agora – e essa é uma questão a que esta COP não respondeu”, disse Guterres.