Redação Planeta Amazônia
O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot), contribuiu para a demarcação da Reserva Indígena Crim Patehi, destinada ao usufruto exclusivo do povo Kanela do Tocantins, no município de Lagoa da Confusão, região centro-oeste do estado.
A medida foi formalizada pela Portaria Funai nº 1.375, de 17 de novembro de 2025, assinada pela presidenta da Funai, Joenia Wapichana, vinculada ao Ministério dos Povos Indígenas. A nova reserva abrange 757,9287 hectares na Gleba Pública Federal Pantanal de Cima, em território da União, garantindo uso exclusivo e proteção jurídica para a comunidade Kanela.
A Sepot participou da perícia antropológica que embasou a proposta de demarcação e, posteriormente, atuou em ação do Tribunal de Justiça no Fórum de Araguaçu. Foram elaborados laudos individuais para 96 indígenas e identificados 485 integrantes da etnia, distribuídos em 20 troncos familiares, totalizando 156 famílias.

A secretária executiva da Sepot, Solange Nascimento, destacou a importância histórica da medida. “A demarcação da reserva Kanela do Tocantins é uma conquista significativa, garantindo acesso aos territórios e direitos fundamentais que foram negados por séculos”, afirmou.
O diretor de Proteção aos Indígenas, Paulo André Ixati Oliveira Karajá, ressaltou o papel da Sepot no processo: “A reserva agora reconhecida representa a realização de um sonho coletivo — o reconhecimento oficial do território e a garantia de políticas públicas de proteção para este povo”.
A antropóloga Patrícia Maia explicou que a portaria também define pontos de delimitação no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) do Incra, garantindo integração entre registros fundiários e demarcação oficial do território.

