Ila Verus
Descobrir sobre o comportamento de jacarés que existiram há milhões de anos é o que trouxe Giovanne Mendes Cidade ao Acre. O pesquisador de pós-doutorado da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Ilha Solteira, está em Rio Branco para realizar uma parte do seu projeto de ecologia que vai analisar fósseis de jacaré através de tomografias computadorizada – exame radiológico que permite visualizar as estruturas anatômicas.
O objetivo do projeto é ver como três jacarés fósseis que existiram no Acre entre 5 a 12 milhões de anos atrás, da espécie Acresuchus, Purussaurus e Mourasuchus faziam para se alimentar, em vista que os animais aparentavam ser bem diferentes dos que hoje existem.
Foto cedida pelo pesquisador Giovanne Mendes
Para conseguir essas informações, o pesquisador realizou as tomografias de crânios e mandíbulas dos jacarés. Os exames foram feitos numa clínica de Rio Branco-AC.
Os fósseis estão no Laboratório de Pesquisas Paleontológicas da Universidade Federal do Acre. Giovanne Mendes afirma que é a primeira vez que essa técnica é usada para analisar fósseis no Acre. As tomografias têm como objetivo a obtenção de reconstruções em três dimensões dos materiais fósseis, os quais serão utilizados posteriormente para estudos de estimativa de abertura total da mandíbula (abertura da boca) e força de mordida.
Foto cedida pelo pesquisador Giovanne Mendes
A análise através do exame de tomografia vai permitir descobrir o comportamento alimentar dos animais, além de mostrar a força que tinham no movimento de abrir e fechar sua boca. “Ao sabermos o quanto esses jacarés fósseis conseguiam abrir a boca e quão forte eram suas mordidas, poderemos ter uma ideia de como eles se alimentavam (como, por exemplo, que presas consumiam e em que quantidade) e como eles faziam para capturar as presas que usavam como alimento, como, por exemplo, se mordiam a presa para capturá-la ou se a capturavam e a engoliam inteira”, disse o pesquisador Unesp.
Foto cedida pelo pesquisador Giovanne Mendes