Redação Planeta Amazônia
Durante a COP30, a UNESCO no Brasil promoveu o webinar “Educação Digital Verde: caminhos locais para transformações globais”, reunindo representantes do Ministério da Educação, secretarias estaduais, escolas e a Huawei Brasil. O encontro apresentou políticas públicas e projetos pedagógicos que integram tecnologia digital e sustentabilidade, reforçando o papel estratégico da educação na conexão entre a transição digital e a transição verde.
O webinar faz parte do projeto global Escolas Abertas Habilitadas por Tecnologias para Todos (Technology-enabled Open Schools for All), apoiado pela Huawei. Após a primeira etapa realizada no Egito, Etiópia e Gana, o projeto entrou em sua segunda fase, prevista para ocorrer entre 2024 e 2026, contemplando Brasil, Tailândia e novamente o Egito. No Brasil, as primeiras regiões atendidas são Pará e Bahia.
Durante o encontro, a coordenadora do Setor de Educação da UNESCO no Brasil, Rebeca Otero, destacou que o mundo enfrenta simultaneamente duas grandes transições: a verde, voltada à sustentabilidade, e a digital, impulsionada pelo avanço da inteligência artificial. Para ela, os dois processos precisam avançar de forma integrada.
O Ministério da Educação apresentou os avanços da Estratégia Nacional Escolas Conectadas, voltada à formação de professores e ao desenvolvimento de competências digitais com foco sustentável. No Arquipélago do Marajó, por exemplo, o percentual de escolas conectadas à internet Wi-Fi passou de 3% para 33% em dois anos. “A conectividade é um pilar central. Nosso desafio é levar acesso a todas as escolas até 2026”, afirmou Ana Dal Fabbro, coordenadora-geral de Tecnologia e Inovação do MEC.
A estratégia envolve seis eixos, incluindo o de dispositivos e ambientes, que busca garantir equipamentos adequados e recursos pedagógicos digitais sustentáveis, com espaços criados para estimular práticas ativas e inovação dentro das escolas.
Representantes das redes estaduais beneficiadas apresentaram experiências de educação digital verde. No Pará, o CISEB desenvolve projetos que combinam alta tecnologia e materiais de baixo impacto ambiental, como impressoras 3D com filamento biodegradável e cortadoras a laser que utilizam papelão e miriti. Estudantes criam protótipos voltados a soluções reais, como geração de energia limpa e tratamento de água. O Estado deve expandir de três para 15 centros de inovação até 2026, com mais uma unidade financiada pela Huawei, totalizando 16.
Na Bahia, o Instituto Anísio Teixeira apresentou iniciativas como o Maria Felipa Lab, dedicado à robótica sustentável, prototipagem e formação docente, além da personagem de inteligência artificial “Amana”, criada para estimular reflexões sobre futuros cenários ambientais e incentivar projetos de educação ambiental.
O Colégio Estadual Paulo Freire, em Jequié, mostrou ações como dispositivos para alerta de enchentes e soluções de reflorestamento na Caatinga, com bombas de sementes e bases de lançamento automatizadas desenvolvidas pelos estudantes.
No Marajó, a Escola Estadual Gerson Pérez apresentou projetos que utilizam recursos locais, como um sistema de tratamento de água baseado em carvão ativado produzido a partir do caroço de açaí e a “EcoBike”, que transforma energia mecânica em eletricidade para carregar dispositivos.
A Huawei também destacou sua atuação por meio do programa global Tech4All, que reúne 90 iniciativas em 46 países voltadas à inclusão digital e sustentabilidade. Entre elas, está o Tech4Nature Brasil, realizado na Reserva Extrativista de Soure, no Marajó, em parceria com a União Internacional para a Conservação da Natureza e o ICMBio. A iniciativa usa conectividade, sensores ambientais e tecnologias digitais para monitorar mudanças climáticas e biodiversidade, beneficiando cerca de 2 mil famílias extrativistas.
Para o vice-presidente de Relações Públicas e Institucionais da Huawei Brasil, Atilio Rulli, integrar educação, tecnologia e sustentabilidade é essencial para o futuro. Ele destacou a queda de 50% no número de formandos em áreas STEM na última década e alertou para a necessidade de retomar esses investimentos para impulsionar a nova indústria brasileira.
Mais informações sobre o projeto Escolas Abertas Habilitadas por meio das Tecnologias para Todos e os cases apresentados estão disponíveis no link informado pelo evento.

