Redação Planeta Amazônia
É bastante comum após uma chuva muito forte, haver a queda de árvores dentro de cidades e rodovias, porém, isso pode ser ocasionado por fatores ligados à estrutura da cidade, como engessamento das raízes. Em lugares mais isolados e de matas mais densas, como a Floresta Amazônica, as mudanças climáticas podem ocasionar a queda e quebra de árvores.
Quando árvores são arrancadas ou quebradas devido a ventanias na Amazônia, principalmente em florestas tropicais, as árvores que ajudam a sugar o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera tornam-se fontes de emissão de carbono ao se deteriorarem.
Tentando entender as consequências do fenômeno no meio ambiente, pesquisadores da Universidade da California em Berkeley, Estados Unidos, conduziram um estudo publicado no periódico Nature sobre as consequências desses desastres no bioma tropical. “As tempestades representam mais da metade da mortalidade florestal na Amazônia”, explica, em nota, a primeira autora do artigo, Yanlei Feng.
No estudo, a equipe analisou 395 imagens feitas pelo satélite Landsat da Amazônia entre os dias 1º de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2019, além de 1.012 registros antigos de ventos captados pelo satélite.
Desse modo, os cientistas puderam calcular a CAPE, uma medida de “energia potencial convectiva disponível” que serve como indicador de grandes descargas energéticas. Um alto valor de CAPE geralmente indica tempestades.
A pesquisa descobriu que tempestades extremas causadas pelas mudanças climáticas resultarão em um número maior de ventanias na Floresta Amazônica. Até final do século, o bioma vai experimentar um aumento de 43% de eventos capazes de derrubar árvores em 25 mil metros quadrados ou mais, de acordo com o estudo.
“As tempestades representam mais da metade da mortalidade florestal na Amazônia”, ressalta Feng. “A mudança climática tem muito impacto nas florestas amazônicas, mas até agora, grande parte do foco das pesquisas tem sido a seca e o fogo. Esperamos que nosso trabalho traga mais atenção para tempestades extremas e melhore nossos modelos para trabalhar em um ambiente em transformação devido às mudanças climáticas”, conclui a pesquisadora.