O primeiro dia do X Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA), que ocorreu nesta quinta-feira, 28, foi banhado pelo mar de povos amazônicos que caminharam nas terras da capital da resistência, Belém, trincheira dos povos.
No sol ou na chuva, as vozes dos povos da floresta ecoaram em som de esperança, união, força e resistência. Revolta e gritos por justiça também marcaram emocionados momentos que fizeram presentes os mártires das Amazônias.
O ato reuniu cerca de três mil pessoas vindas de territórios nacionais e internacionais, povos plurais de culturas, costumes, línguas e sabedorias distintas, filhos e filhas da terra, das águas e da floresta.
Indígenas, quilombolas, ribeirinhos, camponeses e movimentos sociais teceram o esperançar nas Amazônias e fizeram da abertura do X Fospa, um momento tomado pela energia de quem enxerga a Amazônia como uma vida (sujeita de direitos) que necessita urgentemente ter os seus direitos garantidos.
Com concentração na escadinha do cais, a caminhada seguiu pela Avenida Presidente Vargas, Praça da República e parada na Praça Waldemar Henrique, onde na Concha Acústica lideranças indígenas, o Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues e o Reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Tourinho, parceiros na promoção do evento, falaram da importância do Fospa e dos temas em pauta durante os quatro dias do histórico encontro.
Apresentações culturais, como grupos de carimbó e rodas de samba, embalaram o público presente na marcha que reuniu representantes dos nove países que integram a Pan-Amazônia.
O X Fospa segue com atividades durante os dias 29,30 e 31 de julho. A programação conta com apresentações culturais, rodas de conversas, cerca de 250 atividades autogestionadas, tendas, exposição fotográfica e feira solidária, distribuída no território da UFPA, palco do X Fospa.
Acompanhe ao vivo os debates das Casas de Saberes e Sentires que acontecerão dias 29 e 30 aqui
Texto: Michele Jaques