O fim de semana foi de mobilização do poder público para atender a população de Rio Branco que está começando a ser afetada pela enchente do rio Acre. No sábado, 24, o prefeito Tião Bocalom foi ao Corpo de Bombeiros para agradecer aos envolvidos nos trabalhos de auxílio às famílias.
“Nós queremos agradecer cada um que está construindo e ajudando, tanto da Prefeitura como do Governo do Estado, bem como o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. Vamos juntos e pedir a Deus que não tenhamos uma grande alagação”.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Charles da Silva Santos, destacou a importância do trabalho conjunto. “A Prefeitura e o Estado têm que trabalhar juntos para que nesses esforços a população consiga ser atendida da melhor forma”.
Após a visita ao comando, o prefeito da capital, acompanhado do coordenador municipal de Defesa Civil (Comdec), tenente coronel Cláudio Falcão, foi até a Gameleira verificar a situação do rio e, em seguida, ao Parque de Exposições acompanhar o andamento da limpeza do local que vai receber as famílias.
Durante coletiva, o prefeito destacou o empenho da gestão em ter realizado a limpeza dos igarapés que foi fundamental para que não houvesse um transbordamento mais excessivo e afetasse mais famílias.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, 270 pessoas já se encontram abrigadas em cinco escolas em decorrência da cheia do rio. “A nossa preocupação é que não dá pra ficar ocupando todas as escolas, tendo em vista que a dificuldade em gerenciar isso é muito grande. Por isso, vamos centralizar”, destacou o prefeito.
Devido à cheia do rio Acre, o prefeito Tião Bocalom anunciou nesta segunda-feira, 26, a liberação de R$ 2 milhões, de recurso próprio, para a assistência às famílias atingidas pela enchente.
Governo do Estado decreta estado de emergência em 17 municípios do Acre
Diante do cenário de cheia nas cidades acreanas, o governador do Acre, Gladson Cameli, publicou no domingo, 25, o documento número 11.414, que decreta estado de emergência em 17 dos 22 municípios acreanos em decorrência das inundações causadas pela elevação dos níveis dos rios e também igarapés.
O rio Acre está acima da cota de transbordo e na manhã desta segunda-feira, 26, chegou a 15,92 metros.
O governador Gladson Cameli deixou claro que já está em articulação com o governo e bancada federal para que o atendimento às famílias atingidas no estado seja rápido e amenize os impactos.
Nas terras indígenas, já há pedido de ajuda para mantimentos, como alimentos, água potável e kits de higiene. As aldeias foram inundadas e perderam suas produções. Uma reunião com as entidades do governo estadual, federal e representações indígenas ocorreu ainda nesse domingo com o objetivo de traçar estratégias, dividir demandas e definir o papel de cada nesse suporte.
Em contatos feitos pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, estes se colocaram à disposição do governador para oferecer ajuda. Uma visita para acompanhar as enchentes dos rios acreanos e organizar ações está sendo planejada em breve. Além do contato feito com o governador, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional também se posicionou em suas redes sobre a situação no estado do Acre e confirmou que deve sentar com a bancada federal para alinhar estratégias.
A cidade mais crítica é Jordão, município isolado de pouco mais de 9 mil habitantes e que teve 80% da população atingida pelas águas do Rio Tarauacá. Nesse domingo, o prefeito Naudo Ribeiro decretou situação de emergência e calamidade pública na cidade.
Os dados reforçam a urgência de atendimento a essas comunidades atingidas. Nas nove cidades mais críticas, há 46 abrigos públicos atendendo 5.578 pessoas desabrigadas. Além disso, há 5.703 pessoas desalojadas.