Redação Planeta Amazônia
No meio do rio amazônico, no coração das grandes florestas que correm quilômetros de rio a dentro, que o climatologista Carlos Nobre, uma das maiores referências em mudanças climáticas do Brasil e um dos maiores pesquisadores da floresta, quer implantar um laboratório em barcos que funcionará como um centro de produção de ciência de ponta, incorporando conhecimento técnico com os povos indígenas.
O projeto pretende até 2023, ser um centro de pesquisa e ensino Pan-Amazônico, que tem o objetivo de alavancar a geração de conhecimento e tecnologia da região, que veio a partir da inspiração do MIT (Massachussets Institute of Technology, nos Estados Unidos, uma referência em inovação) para criar o AmIT (Instituto de Tecnologia da Amazônia).
A ideia é que o projeto tenha núcleos de pesquisa e de ensino de forma descentralizada por toda a Amazônia, incluindo o maior número de países amazônicos, e já há conversas do envolvimento preliminares de países como Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. O centro de pesquisa pretende ser em toda a Amazonia, assim, no Brasil, estados como Pará, Amazonas, Acre, Rondônia e Amapá já mostraram interesse.
Os laboratórios espalhados por toda a Amazônia serão bascos flutuantes, de base moveis e fixas. Também faz parte da ideia a instalação de centros de ensino dispostos a atender a comunidades amazônica, incorporando os conhecimentos dos povos originários.
“Esse empoderamento social das populações amazônicas será baseado em educação de qualidade, no padrão MIT, e na criação de condições de desenvolvimento para a implantação muito rápida e efetiva dessa nova economia da floresta em pé, gerando uma grande quantidade de novos produtos, em quantidade suficiente para alimentar essa nova bioeconomia”, disse, Carlos Nobre, em entrevista à Mongabay.
A ideia foi concebida pelo professor e pesquisador Carlos Nobre, laureado cientista da Universidade de São Paulo (USP), em conjunto com a professora Maritta Koch-Weser, presidente da ONG Earth3000.