Redação Planeta Amazônia
O ano de 2022 foi difícil para as causas ambientais, que viram a flexibilização das leis por parte dos órgãos fiscalizadores o que resultou na alta de ocorrências de desmatamento e queimadas. O estado do Acre encerrou o último trimestre de 2022 com duas de suas unidades de conservação estaduais entre as dez que mais estão pressionadas pelo desmatamento na Amazônia.
Nessa lista está a Floresta Estadual do Mogno e a Floresta Estadual do Rio Gregório, juntamente com a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Rio Xingu, no Pará, como a líder desse ranking de destruição da vegetação natural.
Os pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), dividem a Amazônia Legal em células de 100 km² para identificar essas áreas protegidas sob maior pressão de desmatamento e analisam se houve derrubada da floresta dentro delas. Cada célula com ocorrência de desmatamento é contabilizada para o ranking de pressão. Nesse contexto, a Floresta Estadual do Mogno apresentou oito cédulas e a Floresta Estadual do Rio Gregório, 10.
Caso se leve em conta todas as áreas protegidas da Amazônia, a mais pressionada pelo desmatamento no último trimestre de 2022 foi a Resex Chico Mendes. Símbolo da luta ambiental na Amazônia, o território também foi a quarta unidade de conservação mais desmatada de toda a região no ano passado, quando perdeu 84 km² de floresta.
A pesquisadora do Imazon, Bianca Santos, explica que no Acre, a reserva Chico Mendes enfrenta riscos de desmate. “A Unidade de Conservação Federal Resex Chico Mendes está inserida em um contexto de pressão pela expansão do desmatamento por áreas destinadas à pecuária, localizadas no estado do Acre, na região de divisa com o Amazonas e com Rondônia. No local, atualmente existe um polo agrícola denominado de Amacro, que tem sido um grande fator de risco para áreas protegidas”, observou Bianca.