Redação Planeta Amazônia
Na manhã desta sexta-feira, 23, a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) foi palco de uma audiência pública, a pedido da deputada Michelle Melo, do PDT. O evento, promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, teve como objetivo principal debater o “Fevereiro Roxo”, mês dedicado à conscientização sobre três importantes doenças: Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer.
Em sua fala, a deputada destacou a importância do evento, afirmando que “é fundamental que a sociedade esteja consciente sobre essas doenças crônicas e suas consequências para os pacientes e suas famílias”. Melo ressaltou ainda, que é necessário promover mais debates e políticas públicas voltadas para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dessas enfermidades.
“Sabemos da gravidade dessas doenças e a amplitude de pessoas afetadas, e o que eu quero também ressaltar aqui é a invisibilidade desses problemas pelo estado. Como presidente da Comissão de Direitos Humanos, enfatizo aqui a necessidade de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas por essas doenças, que enfrentam não apenas desafios de saúde física, mas também uma realidade de sofrimento e dor”, disse.
Ainda durante a audiência, especialistas e representantes de associações ligadas às doenças abordaram diversos aspectos relacionados aos desafios enfrentados pelos pacientes, desde o diagnóstico até o acesso aos tratamentos adequados e o apoio necessário para lidar com as consequências físicas e emocionais dessas condições.
“Todas as demandas apresentadas serão inseridas em um documento, que será encaminhado às instituições e entidades citadas. Precisamos cobrar a implementação das políticas públicas, precisamos garantir um atendimento adequado a essas pessoas”, complementou Michelle Melo.
A Dra. Marize Barbosa, vice-diretora da Associação Brasileira de Alzheimer, ressaltou a importância das audiências para trazer à tona questões frequentemente negligenciadas, como as doenças neurodegenerativas. Ela enfatizou ainda, que o aumento da população idosa, especialmente no Acre, onde houve um crescimento de 10%, demanda uma maior atenção para doenças como o Alzheimer, responsável por 5,5% dos casos de demência diagnosticados.
“É fundamental que as famílias compreendam que o Alzheimer não é uma condição natural do envelhecimento e que existem medidas para promover uma melhor qualidade de vida para os pacientes. Por isso estamos reunidos aqui hoje, para esclarecer essa questão e muitas outras, essas audiências proporcionam uma plataforma crucial para ampliar políticas públicas e engajar tanto a sociedade quanto os líderes políticos e governamentais na busca por soluções eficazes para atender às necessidades individuais e coletivas”, disse.
Em seguida, o Dr. Celso Araújo, representante da Defensoria Pública do Estado, falou da dificuldade enfrentada por muitos na obtenção de laudos médicos precisos, especialmente em casos de lúpus e fibromialgia. Ele também ressaltou o compromisso da Defensoria em garantir acesso à saúde.
“Temos um núcleo dedicado exclusivamente a questões de saúde, a instituição oferece ainda todo suporte para agilizar laudos e resolver administrativamente a maioria dos casos. No entanto, quando necessário, a Defensoria não hesita em recorrer à justiça para assegurar que os pacientes obtenham os documentos necessários de forma célere”, enfatizou.
Ainda durante o encontro, a Dra. Adriana Marinho, presidente da Sociedade Acreana de Reumatologia, realizou uma apresentação em slides abordando as nuances da fibromialgia, lúpus e Alzheimer, destacando suas características, sintomas e opções de tratamento.
Representando a Associação de Fibromiálgicos do Acre, Lene Queiroz disse que a audiência pública é essencial para que a população conheça a realidade das pessoas acometidas pelas doenças. “O debate sobre as doenças crônicas precisa ser feito o ano todo, não só no mês de conscientização. Até porque nós ainda temos muito o que avançar”, observou.
A vereadora Lene Petecão (PSD) também se fez presente no debate. A parlamentar atua ao longo dos seus mandatos para a implementação de políticas públicas para pessoas com lúpus e fibromialgia. “Como parlamentar tenho a obrigação de lutar pela melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, uma mão segura a outra. Graças ao meu mandato podemos avançar em alguns aspectos e eu creio que vamos avançar muito mais, juntos somos mais fortes”, disse.
A audiência pública também contou com a participação de representantes da Defensoria Pública, da Secretaria Municipal de Saúde, e da deputada Antônia Sales (MDB).