Dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) nesta sexta-feira (17), apontam que a floresta amazônica perdeu mais de 2 mil campos de futebol por dia em 2022. As informações são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto, que monitora a Amazônia desde 2008.
De janeiro a maio deste ano, foram derrubados 3.360 km² de mata nativa. É como se fossem desmatados mais de 2 mil campos de futebol por dia, já que cada um possui uma área de cerca de 0,01 km².
O total de área desmatada em 2022 equivale também a duas vezes à cidade de São Paulo, por exemplo.
De acordo com os dados apenas de maio, o mês teve o pior índice na série histórica do monitoramento, que começou em 2008 e existe há 15 anos. Foram desmatados 1.476 km² de floresta, o que equivale a 44% do total registrado em 2022.
Em 2021, o mês de maio teve 1.125 km² de área afetadas pelo desmatamento. Em um ano, o crescimento foi de 31%.
De acordo com o monitoramento do Imazon, o Amazonas teve o maior aumento de desmatamento durante o mês de maio. Ao longo dos 31 dias, foram 553 km² apenas no estado, o que corresponde a 38% do desmatamento na região da Amazônia Legal durante o mês.
O município de Apuí, no Amazonas, foi o que mais desmatou no período de maio, concentrando 214 km² de desmatamento de mata nativa. Outros três municípios amazonenses — Lábrea, Novo Aripuanã e Manicoré — também estão na lista dos dez que mais destruíram a floresta em maio.
Em comparação com maio de 2021, o aumento de desmatamento registrado no Amazonas foi de 109% durante o mês.
Em maio de 2022, o segundo estado que teve o maior desmatamento foi o Pará. No mês, foram 471 km². De acordo com o monitoramento do Imazon, a maior preocupação é o avanço do desmatamento em áreas protegidas: seis das unidades de conservação e dez das terras indígenas mais atingidas na Amazônia ficam no Pará.
O coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza Jr, alertou em nota à imprensa, que novos recordes de desmatamento estão por vir por conta do período de seca, que começa em setembro.
“Maio foi apenas o primeiro mês do período de seca na região, quando as ocorrências de desmatamento costumam se intensificar. Ainda temos mais o chamado ‘verão amazônico’ pela frente, que encerra entre setembro e outubro. Além disso, 2022 é um ano eleitoral, outro contexto que está relacionado com o aumento da devastação, pois as fiscalizações tendem a diminuir”, informou.