Cassandra Castro
Escrever e cantar a natureza, a espiritualidade, a poesia, o universo infantil, a simplicidade do povo e a riqueza cultural do Brasil. A arte de Rodolfo Minari é permeada por toda essa inspiração e parece beber de uma fonte infinita. O paulistano que trocou o emprego em uma instituição bancária na avenida Paulista para virar artista, conta como foi esta guinada na vida. “Sabia que queria ser artista, mas meus próprios amigos e parentes me diziam que eu não tocava e nem cantava bem. Foi o Sérgio de Carvalho quem me convidou para um primeiro trabalho no Acre, dentro do projeto de audiovisual Consumo e Violência, do Procon. Eu já era frequentador do Acre, apaixonado pelas culturas indígenas, amazônidas, e pelas tradições musicais ligadas à ayahuasca. Depois desse filme, passei a trabalhar em teatro de rua com o grupo Vivarte e também iniciei minha carreira como compositor”.
Na terra de Chico Mendes, a carreira de Minari decolou. “ Fiz shows, turnês, gravei 5 discos. Aqui também conheci a escritora Antonia Tavares, minha companheira até hoje e maior parceira. Dez anos depois de minha chegada aqui, o mesmo Sérgio de Carvalho me convidou para trabalhar no roteiro de Noites Alienígenas, filme que acabou obtendo grande repercussão”, relata o artista que adotou o Acre como seu lar há mais de 20 anos.
Rodolfo Minari coleciona prêmios em dezenas de concursos literários e festivais de música, e agora, também vai receber outra honraria: o Prêmio Grão de Música que laureia, na sua 10ª edição, 15 artistas independentes de 13 estados do Brasil.
Criado em 2014 por iniciativa da cantora e compositora paraibana Socorro Lira, o Prêmio Grão de Música chega à 10ª edição em 2023 com fidelidade à ideologia de laurear artistas da cena alternativa brasileira com abrangência nacional e com foco na produção fonográfica independente.
Até 2021, cada edição do prêmio gerou coletânea com a amostra de uma gravação de cada artista laureado. A partir de 2022, o Prêmio Grão de Música passou a adotar o formato de playlist, disponibilizada em plataforma de streaming. Rodolfo e os demais artistas irão receber o troféu criado pelo artista visual Elifas Andreato (1946-2022) pelo conjunto das respectivas obras.
Enquanto aguarda a data da cerimônia do Prêmio Grão de Música que irá acontecer no dia 15 de dezembro, no Teatro Brincante, em São Paulo, Rodolfo segue no fazer artísticos em várias frentes. “Atualmente me dedico bastante à editora 3 Serpentes, da qual sou fundador e proprietário, e aos cursos, aulas e oficinas de escrita criativa e composição musical que ministro, presencialmente e online. Estive no teatro este ano interpretando o Frei Lourenço em Romeu e Julieta. Estou em fase de pesquisa do texto, também teatral, Mafumeiras, e nunca paro de compor”.
“A arte é a única coisa que resiste ao tempo e à morte. Palavra é a arma e ferramenta mais potente que há, capaz de afirmar, provocar, convidar, aconselhar, confortar, levantar, ensinar, louvar, agradecer, curar… Infinitas possibilidades de tocar o mundo e o coração das pessoas. Pela palavra podemos desafiar qualquer força. E compartilhar os saberes dá muito sentido à existência. Agradeço essa oportunidade de falar daquilo que mais amo e estou muito feliz por representar o meu ACRE nesse grande evento a ocorrer em dezembro”, finaliza o artista que está nas redes sociais nos perfis @rodolfominari e @editora3serpentes .