Ila Verus
Não é de hoje que a Amazônia é foco de investimento internacional, mas um relatório divulgado nesta semana, por duas plataformas de mídia e três ONGs, acusam bancos franceses de financiarem grandes representantes do agronegócio no Brasil, suspeitos de realizarem desmatamento ilegal.
Segundo o Relatório Anual do Desmatamento, divulgado pelo Mapbiomas, o agronegócio é o líder na corrida pelo desmatamento ilegal no Brasil, representando 97% da perda da vegetação, principalmente de áreas de floresta da Amazônia, seguida temos o Cerrado com 30% e em terceiro lugar temos a Caatinga com 7%.
Diante de números assustadores de desmatamento na Amazônia e no Cerrado, que são os biomas mais devastados pela ação humana, a investigação realizada pelas plataformas de informação Disclose e Repórter Brasil, juntamente com as ONGs Sherpa, Harvest e Center Climate Crime Analysis aponta que esses números elevados podem levar a um colapso ambiental apoiado por entidades financeiras francesas. O relatório cita que os quatro bancos estão financiando há pelos menos dez anos esse crime ambiental. Algo em torno dos R$ 4,2 bilhões entre os anos de 2013 e 2022.
Na Amazônia o desmatamento tem maior foco, segundo o Mapabioma, nas regiões fronteiriças entre Amazonas, Acre e Rondônia. Localizada em uma região chamada de “Amacro”, lugar que foi responsável por pelo menos 12,2% de toda a devastação no Brasil, segundo o relatório de dados de 2021.
Já no Cerrado, as regiões mais desmatadas é conhecida pela junção das siglas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, chamadas de “Matopiba“ que representam 23,6% do total desmatado no país.
Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real