Catadores pedem secretaria no Ministério do Meio Ambiente e políticas para “sair dos lixões”

Redação Planeta Amazônia

Em uma reunião em Brasília, integrantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis MNRC reivindicam a criação de uma secretaria especializada para abordar o tema da reciclagem dentro do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA), comandado por Marina Silva (Rede).

A ministra do meio ambiente, Marina Silva afirmou em sua posse no dia 4 de janeiro, que o presidente Lula pediu uma atenção especial a categoria dos acatadores “Temos uma prioridade do presidente Lula. Ele me disse Marina, eu quero uma atenção especial para o movimento de catadores'”, sinalizou durante seu discurso.

Entre os despachos assinados por Lula na cerimônia em que assumiu o Palácio do Planalto, está a recriação do programa pró-catador, que prevê melhorias nas condições de trabalho, fomentando uma organização produtiva da categoria. A nova versão do programa está sob responsabilidade da Secretaria Geral da Presidência, chefiada pelo ministro Márcio Macêdo, e ainda em elaboração.

foi criado na última quinta-feira (5), um grupo de trabalho interministerial com representantes do movimento de catadores e de empresários que aplicam a logística reversa, para definir como será o programa. O grupo tem o prazo de 30 dias para apresentar uma proposta.

Originalmente criado em 2010 e funcionando como uma incubadora de cooperativas com incentivos do governo federal, o programa pró-catador foi extinto pelo governo Bolsonaro em 2020.

O presidente da Ancat e participante da coordenação nacional do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Roberto Laureano da Rocha destaca que a categoria precisa de incentivo para potencializar seu trabalho, em vista que há muita concorrência

“Temos muitas empresas e start-ups fazendo o mesmo trabalho que os catadores, e nós sem nenhum incentivo para organizar e potencializar um trabalho que nós já fazemos há mais de 80 anos”, descreve. “Por isso, a gente entende que o pró-catadaor vai ser uma política para, nos próximos quatro anos, nos tirar da miséria e nos tratar como protagonistas”, disse Rocha.

Catadores na posse de Lula

A catadora Aline Souza foi responsável por colocar a faixa presidencial em Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Durante a cerimônia de posse, no primeiro dia de 2023, Aline Sousa, deixou em evidencia a categoria de catadores de materiais recicláveis ao fazer parte do grupo que entregou a faixa presidencial para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A catadora de 33 anos é mãe de sete filhos e faz parte do grupo de  281 mil pessoas que exercem essa atividade no Brasil. Desses números, pelo menos 15 mil estão em processo de organização de cooperativas, segundo a Associação Nacional de Catadores (Ancat).

Mas a maioria dos catadores, no entanto, trabalham de forma autônoma nas ruas e, por vezes, em lixões a céu aberto, sem receber trabalho de coleta, feito via de regra com carroças pesadas. A remuneração é apenas pela venda do material.

Essas pessoas são responsáveis por 90% do lixo reciclado no país, Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar de todo esse lixo passar pelas mãos dos catadores, 75% dos ganhos do setor de reciclagem vão para as indústrias.

O presidente da Ancat explica que apesar de participarem ativamente da construção de algo importante para a sociedade, ainda não são valorizados “Nós, catadores, temos grande importância, mas na pirâmide da cadeia da reciclagem, somos os mais explorados e invisíveis”, define Roberto.

Laureano coloca ainda que é preciso uma formalização da categoria “Queremos ter catadores na formalidade, com políticas públicas para que os municípios contratem catadores. Que sejamos os grandes prestadores de serviço da logística reversa”, completou, se referindo à responsabilização de empresas por coletar e reciclar embalagens de seus produtos após o consumo.

By emprezaz

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