O assunto sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, desaparecidos desde o último fim de semana no Vale do Javari, no Amazonas continua sendo um dos mais comentados na Web. O enviado especial para o clima dos Estados Unidos, John Kerry, se comprometeu a investigar o caso e o presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senador Jaques Wagner, disse em pronunciamento nesta quarta-feira (8) que “esse é mais um fato que trabalha contra a imagem do Brasil”.
John Kerry ouviu detalhes do desaparecimento por meio da líder indígena Sonia Guajajara. Ela postou nas redes sociais vídeos do encontro com o representante de Joe Biden. “Vamos dar seguimento”, Kerry indicou. A indicação de Kerry, de acordo com especialista da área ambiental, aumenta a pressão sobre o governo brasileiro, às vésperas do encontro entre Jair Bolsonaro e o presidente americano.
Sobre o assunto do desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Araújo, o senador Jaques Wagner, alertou que “conforme os dias passam, mais angustiante deve ser para a família dos dois. Quero externar, em nome da comissão, a nossa solidariedade. De pronto, cobramos do Ministério da Justiça medidas emergenciais”, disse o presidente da CMA.
Jaques Wagner lembrou que estamos no Junho Verde, mês de atividades em defesa do meio ambiente. “Não temos nada a comemorar, para ser franco, e temos que transformar a indignação em ação. O que temos visto é uma postura criminosa em relação à questão do meio ambiente, seja por parte do governo federal, seja por parte de setores que ainda não entenderam que desenvolver e preservar são palavras que devem andar conjuntamente. Não há antagonismo entre uma coisa e outra. É uma questão de bom senso. Temos procurado estabelecer o diálogo dentro desta comissão, de forma a ter um desenvolvimento longevo”, afirmou.
Suspeito preso
Um homem suspeito de envolvimento no desaparecimento foi preso pela Polícia Militar, no Amazonas, informou a jornalista Miriam Leitão no jornal “O Globo” e no Bom Dia Brasil desta quarta-feira (8).
A jornalista também divulgou uma foto do suspeito, que é conhecido como Amauri e tem um histórico de ameaças a indígenas.
Segundo a reportagem, havia uma pressão para que fosse solto, por não haver prova de envolvimento no crime, mas ele foi preso em flagrante pelas sucessivas ameaças que já fez a indígenas da região.
“Ele estava fazendo, nesse momento, uma ameaça à equipe dos indígenas que estava em busca. Isso foi considerado um flagrante”, disse Miriam.
Fonte: Jornal O Globo e Agência Senado