Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes fomenta a economia criativa, no Pará

Redação Planeta Amazônia

Ainda que os livros – e o universo literário de forma geral – sejam a grande estrela, engana-se quem pensa que a 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes se limita a estandes dedicados à comercialização deles. Pelos corredores do Hangar Centro de Convenções da Amazônia, em Belém (PA), o visitante se depara com múltiplas possiblidades, entre elas, a de conhecer empreendimentos criativos. 

Há cinco anos, o evento dedica um espaço para a comercialização de produtos oriundos de empreendedores locais ligados à economia criativa. Trata-se de um corredor com barracas de paletes. Este ano, são 18. Durante os nove dias da Feira, essas barracas são ocupadas por mais de 30 empreendedores selecionados sob a curadoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Pará. 

No espaço, é ofertada uma variedade de produtos, incluindo artesanato, artesanato indígena, perfumaria, vestuário, gastronomia e cultura alimentar. “Este movimento faz parte de uma política pública que busca criar oportunidades e espaços para promover os produtos da economia criativa. Nós, enquanto Secretaria de Estado de Cultura (Secult), desde 2019, buscamos fortalecer esta política”, diz o gerente de Departamento de Economia Criativa da Secult, Yvens Penna. 

A biomédica Aline Saraiva sempre adquire produtos para sua casa nos stands da feira/foto: Rodrigo Pinheiro_Ag. Pará

A biomédica Aline Saraiva, de 32 anos, fez questão de passar pelo corredor nessa quarta-feira (13). Ela contou que tem uma espaço na sua casa dedicado a produtos regionais. “Sempre que posso gosto de comprar produtos que tenham algum valor agregado, que remetam à nossa cultura. Acho que esse espaço reflete bem isso, e acho importante que tenha”, disse enquanto olhava os produtos em uma das barracas. 

O coletivo “Pretas Paridas”, que atualmente reúne mais de 200 mulheres, é um dos empreendimentos que ocupam o espaço. A “mais velha” delas, Maria Luiza Nunes, de 65 anos, explica que o coletivo dispõe de produtos de várias linguagens, incluindo fotografia, dança e grafismo. Para a Feira, em forma de revezamento, estão os empreendimentos de vestuário, acessórios e calçados. “Estamos com sete empreendimentos que estão sendo representados neste espaço durante a Feira”, informa.

Integrantes do Coletivo Pretas Paridas já têm espaço cativo no evento/foto: Rodrigo Pinheiro_ Ag. Pará

A dona de casa Cleide Costa, de 59 anos, que também visitava a Feira Pan-Amazônica do Livro nesta quarta, também visitou o espaço e apreciou os produtos do coletivo. “É a primeira vez que estou vindo à Feira, este ano, mas sempre costumo adquirir coisas além de livros. No caso delas (Pretas Paridas), eu conheço o trabalho desde a Praça da República (Belém). Acho muito bonito, gosto das estampas e, acima de tudo, tem toda uma história por trás”, opinou. 

Victor da Rosa, do povo Warao, participa pela primeira vez da feira e celebra receptividade do público/foto: Rodrigo Pinheiro_Ag. Pará

Outro grupo que também ocupa o espaço são os indígenas Warao. Victor da Rosa, 26, conta que a barraca abriga, também por revezamento, artesanatos produzidos por representantes da comunidade. Na quarta-feira, os produtos expostos eram de comunidades do Curucambá, em Ananindeua, e de Outeiro, em Belém. “É a primeira vez que participamos e estamos bem contentes. A receptividade tem sido boa e também o interesse por nossos produtos”, disse.

By emprezaz

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