Festival do Povo Arara promove três dias de imersão na cultura indígena em aldeia no interior do Acre

Redação Planeta Amazônia

Canto, dança, cerimônias, jogos, brincadeiras, sessões de cura, manifestações culturais e práticas espirituais. É o que está previsto na programação do Festival Kãda Shawã Kaya, do Povo Shawãdawa, também conhecido como Arara, que vai ser realizado entre 27 e 29 de janeiro na Terra Indígena (TI) Arara do Igarapé Humaitá, Aldeia Foz do Nilo, em Porto Walter, no interior do Acre.

Festival vai ser uma celebração da cultura indígena e da demarcação das terras/ foto: cedida

O evento é uma oportunidade para quem quer imergir na cultura indígena e, para o povo, é uma forma de reforçar a identidade de sua etnia, reverenciar seus ancestrais e obter renda. O festival terá espaço na terra do povo de Francisca Arara, secretária dos Povos Indígenas do Acre. O irmão dela, cacique Raimundo Lima de Souza, anunciou o festival durante o fórum indígena sobre as temáticas das mudanças climáticas e da regulação de serviços ambientais, em julho do ano passado.

“No evento, meu irmão convidou o governador para ir ao festival na nossa terra, porque eu tinha sido nomeada e eles queriam muito receber o governador em nosso festival, que comemora também a demarcação da nossa terra”, relata a gestora.

O governo do Estado tem apoiado a logística e estrutura do evento, reconhecendo a preservação da cultura tradicional e o incentivo ao etnoturismo, que tem sido um aliado da economia e da preservação ambiental no estado.

“Estamos na expectativa de receber não só o Povo Arara (outros integrantes), mas também ribeirinhos, extrativistas e representantes internacionais da ONU (Organização das Nações Unidas) e também de programas e projetos internacionais. São pessoas que apoiam as terras indígenas, as manifestações culturais, essas vivências e o turismo na terra indígena”, destaca.

Francisca Arara, secretária extraordinária de Povos Indígenas, destaca a importância do Festival/foto: Diego Gurgel_Secom

Francisca enfatiza que o momento é relevante, não só pela reunião de órgãos estaduais, federais e internacionais, mas também pela reafirmação cultural do povo no contexto histórico do estado.

“É muito importante para a gente também comemorar a vida, a saúde, a vitória de estar aqui vivo, após tanta coisa que a gente já passou. O nosso povo quase perdeu a sua língua por conta do contato com os brancos e hoje temos esse apoio do Estado para as manifestações culturais, com o reconhecimento do governador”, afirma.

Povo Arara

O nome de origem dessa população é Shawãdawa, que significa Arara. Atualmente, segundo Francisca, há cerca de 900 indígenas nas áreas demarcadas, que abrangem as cidades de Porto Walter, Tarauacá, Marechal Thaumaturgo e Jordão. O tronco linguístico do povo é pano.

A TI Arara do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, esteve entre as seis demarcadas definitivamente em abril do ano passado, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

By emprezaz

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