Redação Planeta Amazônia
O governador do Pará, Helder Barbalho, participou de um webinar da Coalizão LEAF, iniciativa global para redução dos impactos das mudanças climáticas. Durante o evento, ele afirmou que quer transformar carbono em uma nova commodity. “Vamos gerar um novo portfólio dentro de uma atividade econômica, provocando com isso um envolvimento de toda a sociedade”, afirmou nessa terça-feira,12. A iniciativa global financia projetos de redução de emissões oriundas de desmatamento. O evento contou com a participação de John Kerry, Enviado Especial Adjunto para o Clima, do Departamento de Estado Norte-Americano, e do seu vice, Rick Duke.
O objetivo foi apresentar aos possíveis compradores de créditos de carbono o sistema jurisdicional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD+) do Pará, que está sendo estruturado para a geração de créditos de carbono de alta integridade no mercado voluntário, no caminho para a COP 30. Representantes de mais de 50 empresas participaram do evento.
“É fundamental que vocês compreendam que a lógica de investir no Pará é a escolha de investir em um estado que no passado representou o maior problema ambiental do Brasil, da Amazônia, e que hoje, se apresenta como solução nessa transição socioeconômica. Cada um dos senhores pode ser partícipe disso”, disse o governador.
“Precisamos fazer com que a floresta viva se torne um novo ativo econômico e dentro da PEMC [Política Estadual de Mudanças Climáticas], implementamos o mercado de carbono como um desses pilares. Neste sentido, o Pará tem trabalhado no processo de construção de suas políticas, indo até as comunidades, ouvindo as demandas para que tenhamos o melhor ambiente para a sociedade e o melhor cenário no mercado internacional”, complementou o chefe do Executivo.
Helder Barbalho ressaltou ainda, a importância estratégica da agenda de carbono em escala mundial. “O que está na mesa de cada um dos senhores, para comercializar para fazer dessa agenda uma oportunidade de negócios. Temos a oportunidade de ser sede da COP e de dar uma demonstração ao mundo de que a mudança de cenário no Brasil e na Amazônia é possível, com escolhas assertivas, atraindo investimentos”
Também participaram da agenda a secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’ de Almeida, o secretário adjunto, Raul Protázio Romão, e a Diretora de Mudanças Climáticas da Semas, Renata Nobre.
Sobre o sistema de créditos de carbono
A Redução por Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação florestal (REDD+) é feita por meio da compensação a quem preserva a floresta no seu território, por meio de incentivo financeiro. Para isso, os projetos de REDD+ calculam a quantidade de carbono que deixou de ser lançado na atmosfera por manter a floresta em pé. Esses dados são convertidos em créditos de carbono, que em seguida são vendidos para países ou empresas dispostos a pagar pela redução das emissões. O recurso vem de fundos de apoio ao REDD+ e é destinado ao Estado, que desenvolverá mecanismo de repartição de benefícios com os povos tradicionais e comunidades que estão garantindo a preservação daquela área de floresta e, além disso, também vai para infraestrutura e monitoramento ambiental.
John Kerry disse estar comprometido em enfrentar a crise climática e reverter o desmatamento. “Desde 2019, sob a liderança do governador Helder, o Pará tem implementado políticas para se tornar carbono neutro até 2036. Em Dubai, o governador lançou o programa para criar rastreabilidade do gado e tem combatido o desmatamento com forte apoio das partes interessadas, com um sólido histórico da participação dos povos tradicionais, alcançando status de líder climático e já começando a gerar resultados. É importante apoiar o Pará enquanto lidera o desmatamento na Amazônia”
Kerry, que em breve deverá deixar o cargo de Enviado Especial para o Clima, destacou que governos parceiros criaram a Coalizão Leaf com o objetivo de mobilizar financiamentos para ajudar os estados a combater o desmatamento
“O Pará está fazendo algo muito vantajoso, criando oportunidades para empresas trabalharem valorizando os recursos naturais e o governador demonstra que tem compromisso para a transição socioeconômica em um cenário de realização da COP 30, por isso é importante que apoiemos o Pará na questão dos créditos de carbono e que estamos colaborando com isso”, disse Rick Duke.