Da redação do Planeta Amazônia
Com o tema “Comunicação e Perspectivismo Indígena”, a oficina foi ministrada pela professora do curso de Jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC/Ufam), Ivânia Vieira, e pela jornalista da TV Ufam, Renata Lima, que abordaram assuntos e conceitos pertinentes à comunicação e ao jornalismo correlacionados ao cotidiano da comunidade, como o que é notícia; o que é não-notícia; qual a diferença de informação e fofoca; noções de comunicação, comunidade, comum e informação.
“A proposta é que a comunidade possa amadurecer ideias para o desenvolvimento de uma política de comunicação do Parque das Tribos. E tudo isso foi realizado com muita interação com os residentes do Parque das Tribos. De fato, eles foram protagonistas nessa atividade. Afinal, eles devem ser os protagonistas nas iniciativas de jornalismo e comunicação que pretendem desenvolver”, destaca Renata Lima, uma das facilitadoras da oficina.
O projeto é realizado pela Universidade Federal do Amazonas em parceria com a comunidade localizada no Tarumã Açu, zona oeste de Manaus-AM. Um dos assuntos que mais repercutiram durante a oficina foi a desinformação. “Fake news não, mentira”, classificou Keila, uma das moradoras durante a discussão do tema. “Se não é verdade, não é digno de ser chamado de notícia”, completou.
A partir dos temas e conceitos apresentados durante a oficina, os indígenas destacaram que a comunicação é uma forma de diálogo, que comunicar é informar algo para alguém. Eles relacionaram aspectos culturais de cada etnia, como as danças, os grafismos, artesanatos, que são formas de expressar suas identidades, histórias e culturas, com a comunicação.
“Nossos objetivos nessa primeira atividade são estudar o perspectivismo indígena na comunicação; refletir sobre os atos comunicacionais indígenas; e apoiar iniciativas comunitárias indígenas em comunicação a partir do perspectivismo dos povos indígenas. Dos ensaios, em seus primeiros passos, estão postos como desafio conjunto (FIC/Ufam – Comunidade Parque das Tribos) a construção de uma política de comunicação na e da comunidade, tendo o tecimento de um programa comunitário com suporte nas ideias do bem-viver”, acrescentou a docente Ivânia Vieira.
Os indígenas propuseram a realização de vídeos sobre a comunidade, relatando suas rotinas, dificuldades e os desafios que a comunidade enfrenta. Sugeriram a produção de um livro com o grafismo indígena para mostrar que não é só uma produção estética, mas uma manifestação de suas culturas e visões de mundo.
Segundo Danielle Delgado Gonçalves, uma das comunitárias, da etnia Baré, “as oficinas têm mostrando como podemos explorar as nossas culturas, mostrar para o mundo quem somos nós e o que a nossa cultura significa para nós. Os participantes têm ficado bastante empolgados com essa oficina de jornalismo indígena, porque podemos ver o quanto podemos ser protagonistas e levar a nossa comunicação para fora da nossa comunidade, então, tenho visto que tem sido de grande valia para nossa comunidade”.